Maciel: Serra vai virar o jogo









Maciel: Serra vai virar o jogo
Vice-presidente diz confiar nos programas do horário eleitoral para mudar quadro

SÃO PAULO - O vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL), afirmou ontem que os partidos que apóiam o candidato tucano José Serra terão condições de reverter o quadro desfavorável da candidatura, especialmente com o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Marco Maciel falou ontem, depois de participar da cerimônia de troca da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

- A partir de amanhã [hoje]começa uma grande mobilização para a vitória no dia 27 de outubro - afirmou o vice-presidente.

A estratégia para a reação da candidatura de Serra, que está bem atrás de seu adversário - o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva - começará a ser traçado, segundo Marco Maciel, na reunião que será realizada hoje, em São Paulo. Estarão presentes prefeitos de todo o país, além do próprio Serra e da vice em sua chapa, a deputada Rita Camata (PMDB).

- Vai ser um momento também em que todos os partidos que apóiam José Serra estarão unidos - afirmou o vice-presidente.

Marco Maciel, que é um dos coordenadores do PFL na campanha de Serra no segundo turno, disse ainda que a grande maioria dos pefelistas ''vai seguir a orientação do partido'' e manterá o apoio a Serra. Ele admitiu que existem resistências localizadas de alguns membros do PFL à candidatura tucana, mas assegurou que, a partir de amanhã, o partido embarcará de cabeça na candidatura de Serra.

- O tempo é curto, mas nós vamos compensar isso com maior empenho e maior dedicação. Acredito que a comunidade brasileira vai ter condições agora, tendo apenas os dois candidatos, de examinar melhor as propostas de cada um e verificar que as de José Serra são mais completas e as que mais convêm ao país - enfatizou.

Segundo Marco Maciel, o PFL dará a Serra grande apoio político parlamentar, assim como irá participar efetivamente na propaganda eleitoral no horário gratuita no rádio e televisão.

Sobre o primeiro programa de Serra no segundo turno, que será veiculado hoje no horário eleitoral gratuito, o vice-presidente adiantou apenas que o próprio candidato será o grande protagonista e que terá a oportunidade de explicitar melhor suas propostas de governo.

- O primeiro programa será bem diferente do último do primeiro turno. Esperamos que, com os novos programas e mobilização do partido, consigamos ganhar as eleições - disse Maciel.


Tucano conta com Alagoas
Senadores são trunfo de Serra

MACEIÓ - Apontados como os responsáveis pela vitória de José Serra (PSDB) em Alagoas, o único Estado em que o candidato tucano venceu Lula, os senadores reeleitos Renan Calheiros (PMDB) e Teotônio Vilela Filho (PSDB) iniciaram as articulações com 101 prefeitos de Alagoas, que estiveram engajados em suas campanhas.

No primeiro encontro com os prefeitos, que acontece hoje, num hotel de Maceió, Renan e Teotônio vão pedir o reforço no trabalho de corpo-a-corpo com os eleitores do interior, que representam 74% do eleitorado de Alagoas.

Sem a aliança firmada em apoio ao governador reeleito de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), para derrotar o ex-presidente Fernando Collor (PRTB), Renan Calheiros e Teotônio Vilela não terão mais o apoio das máquinas administrativas do governo do Estado e da Prefeitura de Maceió, cuja titular, Kátia Born, é do PSB.

Os prefeitos serão orientados a reforçar a estrutura montada nos municípios para a disputa estadual (as eleições para governador, senador, deputado federal e deputado estadual).

Renan e Teotônio vão prometer, em caso da vitória do tucano José Serra, a continuidade da liberação de recursos federais para projetos e programas sociais, que, nos últimos quatro anos, atingiram os 102 municípios do Estado.

Em outra frente de atuação, os dois senadores tentarão evitar a influência do governador Ronaldo Lessa (PSB) - reeleito com 52,9% dos votos - e da prefeita Kátia Born, que desistiram da aliança montada no Estado para o primeiro turno entre PSDB, PMDB e PSB para apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A coordenação nacional da campanha de José Serra aposta na possibilidade de transferência de votos dos dois senadores que, juntos, receberam 1.577.811 votos válidos. Por isso, decidiu utilizá-los para conquistar espaços na Região Nordeste, onde o candidato tucano vem enfrentando dificuldades para conseguir apoios políticos. Renan Calheiros, com 42,3% votos, conseguiu a maior votação proporcional do país. Já Teotônio Vilela recebeu 39,6% dos votos válidos.

A vitória do candidato governista poderá ajudar Renan a realizar seu próximo objetivo político, que ele faz questão de não esconder: a conquista da Presidência do Senado.


PT quer acalmar mercado
Lula vai reafirmar compromissos da 'Carta' de junho

BRASÍLIA - Preocupado com a instabilidade econômica, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, deve reafirmar de modo mais enfático os compromissos com o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e o respeito aos contratos, firmado em junho na Carta ao Povo Brasileiro. Para acalmar o mercado financeiro, o presidente do PT, José Dirceu, já admite até mesmo apoiar a aprovação este ano pelo Congresso de medidas como, a autonomia do Banco Central e a desoneração das exportações.

- Autonomia, independência não - deixou claro Dirceu.

Lula deverá reiterar os compromissos que assumiu com a estabilidade econômica, quando participar esta semana de atos públicos. O mais importante é o projeto para a recuperação e o crescimento do mercado de capitais, que deve ser lançado na Bolsa de Valores de São Paulo.

O comando da campanha nega que a estratégia tenha o objetivo de acalmar o mercado financeiro, para não admitir que a instabilidade tem componente eleitoral, nem dar a impressão de que Lula está sendo pautado pelos adversários.

Compromissos mais explícitos quanto às intenções de um futuro governo do PT foram cobrados recentemente por investidores, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Em parte, a escalada do dólar - que na semana passada atingiu a marca histórica no Plano Real dos R$ 4 - foi atribuída às incertezas com um possível governo do PT.

Tanto Lula quanto Dirceu prepararam o terreno para dar as garantias cobradas pelo mercado sem afetar a disposição dos militantes do PT para a conquista dos votos necessários à vitória no segundo turno.

Ao discursar para cerca de 500 líderes do PT e de partidos aliados, reunidos no sábado num hotel da Zona Sul de São Paulo, Lula disse que estava preocupado com a crise econômica e, se fosse necessário, reafirmaria os compromissos da Carta, que ele considera um marco na campanha.

- Para afirmar, a tantos quantos queiram ouvir, que o PT não está brincando de disputar a eleição - explicou.
Dirceu, por sua vez, já elogiou as medidas tomadas pelo Banco Central para conter a crise cambial e garantiu que o PT sempre estará disposto a colaborar com o governo para manter a estabilidade. Ele lembrou a atitude do partido ao avalizar o recente acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mesmo não concordando com os termos do empréstimo.

- Nós sempre estaremos à disposição do governo para colaborar no controle da inflação, no controle da situação econômicas, e nas medidas necessárias para que não haja especulação. Sempre estaremos dispostos a colaborar com o governo para fazer uma transição institucional pacífica e segura para o próximo governo, qualquer que seja o vencedor, porque o PT pensa primeiro no B rasil.


Caminhada por Lula em Maceió
MACEIÓ - Superada a crise interna no PT de Alagoas, devido às resistências à aliança com o PL e contando com o engajamento dos dirigentes do PPS, do PSB e do PDT, a coordenação estadual da campanha de Lula no Estado conseguiu reunir, ontem à tarde, em uma caminhada pela orla marítima de Maceió, mais de 3 mil pessoas. Foi o primeiro ato oficial da campanha de Lula no segundo turno das eleições em Alagoas.

A caminhada contou com a participação de militantes e simpatizantes do PT e dos partidos que vão formar a Frente Pró-Lula em Alagoas, que vão tentar , em duas semanas, reverter o resultado do primeiro turno, quando o candidato do PSDB, José Serra, venceu Lula com uma diferença de 7 mil votos no Estado, o único em que o tucano teve mais votos do que Lula.

Para o presidente do Diretório Regional do PT, deputado estadual Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, o engajamento de PPS, PDT e PSB na campanha vai possibilitar a vitória de Lula em Alagoas, permitindo que o candidato alcance os números da vitória de Lula nos outros Estados do país.

Paulão confirmou que o objetivo do PT é atrair os prefeitos para a frente que apóia Lula e reforçar a mobilização dos militantes, que, por conta dos problemas internos, esteve aquém do esperado no primeiro turno.


Recomeça hoje guerra na televisão
BRASÍLIA - José Serra vai intensificar os ataques contra Luiz Inácio Lula da Silva no horário eleitoral que se inicia hoje. Serra tentará explorar o que considera incongruências no programa de governo e a falta de experiência administrativa de Lula. Tentará, ainda, mostrar que tem capacidade para enfrentar a crise econômica vivida pelo país.

O coordenador do programa eleitoral do PSDB, Nélson Biondi classifica a estratégia eleitoral do PSDB como uma campanha ''propositiva e comparativa''. Biondi queixa-se de que as pessoas, ao ouvirem falar em programa comparativo, associam-no à ataques gratuitos ao adversário.

- Eleição não foi feita só para dizer o que sei fazer. Para comparar, tenho que mostrar o que meu adversário faz. O Lula fica nessa de paz e amor porque está à frente.

Dentro do espírito, já pregado por Serra, de que segundo turno é uma nova disputa, Biondi adianta que foram trocados cenários e vinhetas do programa. Além disso, diz ele, as propostas de Serra serão apresentadas com mais profundidade.

O presidente Fernando Henrique Cardoso ainda não gravou a sua participação. Segundo Biondi, a intenção era aproveitar a ida do presidente sexta-feira a São Paulo, para a inauguração da Rodoanel, para gravar o depoimento do presidente. Mas o estúdio acabou não ficando pronto. A fala do presidente poderá ser gravada ainda esta semana.

O comando da campanha de Lula, por sua vez, deve manter a postura do primeiro turno, centrando o programa na apresentação das propostas do candidato. O Lulinha paz e amor vai continuar, mas os petistas garantem que, se forem atacados, vão revidar à altura. O programa de abertura já deve contar com a presença de Anthony Garotinho e Ciro Gomes, que fecharam apoio a Lula durante a última semana. Eles gravaram participações nas quais agradecem os votos recebidos no primeiro turno e pedem que seus eleitores agora votem em Lula.

Há uma estimativa de que Ciro poderá transferir metade dos 10 milhões de votos recebidos no dia 6 de outubro. Já no caso de Garotinho, esse percentual cai para algo em torno de 30%, ou 4,5 milhões. O deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ), ligado à Igreja Universal, garantiu que os pastores vão pedir votos para Lula. Os candidatos apoiados ou ligados à Universal receberam aproximadamente 10 milhões de votos.

Além dos dois candidatos derrotados no primeiro turno, políticos e empresários que declararam voto em Lula vão aparecer no programa do petista. O governador de Minas, Itamar Franco, o senador José Sarney (PMDB-AP) e a senadora eleita Roseana Sarney (PFL-MA) são alguns desses nomes, além do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas, Robson Andrade.

Outro trunfo que será explorado pelo comando de campanha de Lula será o crescimento da bancada petista no Congresso, especialmente na Câmara, onde se tornou a maior legenda.

Tanto Serra quanto Lula passaram o dia de ontem trancados nos estúdios em São Paulo, gravando seus programas. Com 20 minutos diários e a apenas 13 dias das eleições do segundo turno, os dois sabem a importância da propaganda eleitoral no rádio e na televisão.


Quem vota nulo, anula a si mesmo
Provavelmente sentindo nas ruas do Rio a tendência do eleitorado do país, que o Datafolha iluminou sábado, Anthony Garotinho, que saiu das urnas fortalecido, definiu-se enfaticamente em favor de Lula, chegando até a ameaçar de expulsão aqueles do PSB que viessem a tomar rumo oposto. Seu comando, claro, será seguido, se por outro motivo não fosse, pelo fato de a caneta, símbolo eterno do poder, estar a caminho das mãos de Rosinha Matheus.

Mas no meio de seu entusiasmo, pois a política é a sua vida, como o jornalismo é para outros, Garotinho disse uma frase fundamental, ao condenar o voto: quem anula o voto, anula politicamente a si mesmo.

Perfeito. Não faz sentido anular o sufrágio, seja em que eleição for. Em primeiro lugar, no caso do voto majoritário, nada significa à luz da matemática, presente em tudo na vida. No caso da escolha dos deputados federais, estaduais ou vereadores, eleições proporcionais, o voto branco ou nulo resulta em equívoco completo.

Significa uma rejeição e, com ela, a vontade de substituir muitos que se encontram em mandato. Puro engano. Concretamente, o efeito é exatamente o oposto: contribui, isso sim, para manter aqueles que os eleitores omissos desejavam substituir e mandar para fora das luzes da ribalta. Trata-se, portanto, de um voto conservador, embora inspirado em sentimento de reforma e de revolta.

Isso de um lado. De outro, pela legislação brasileira é simplesmente impossível anular o voto ou votar em branco. Nas eleições para presidente, governador, prefeito, nada significa. Nas eleições proporcionais, faz com que o quociente eleitoral seja apenas menor. Claro que inúmeros eleitores decepcionam-se com aqueles nos quais votaram.

No dia seguinte, não identificam os candidatos da véspera. A começar pelo intoxicante e mal-educado hábito de não mais atender o telefone. Isso, de fato, desespera. Mas o que fazer? Renovar a esperança, seja ela qual for, de uma eleição para outra. Política, acima de tudo, definia JK, é esperança.

No Brasil, ao contrário de nos Estados Unidos, a fuga ao telefone, além de um descaso, é símbolo de status. Uma ilusão. Nos EUA, não. Vejam um exemplo: há vário anos estava programada para o Maracanã uma partida da seleção brasileira em função de data comemorativa. Alguém passou pela sala de um dirigente e sugeriu a presença de Pelé.

- Mas Pelé está no Cosmos de Nova York - respondeu.

- Não tem problema; pede ao Kissinger.

- Boa idéia, é o que eu vou fazer. Obteve o telefone da Casa Branca e ligou.

- O secretário está acompanhando o presidente Nixon na Califórnia - falou a secretária. - - O senhor deseja falar com o subsecretário William Rogers?

Foi o que o dirigente fez. Rogers, depois de frisar que o Cosmos era uma empresa privada, informou que, particularmente, podia pedir, pois era amigo do presidente do clube.

- Telefono daqui a pouco - avisou.

Dez minutos depois estava na linha para informar que Pelé não poderia ser cedido, pois o Cosmos jogava uma partida cujo contrato publicitário exigia a presença do rei do futebol.

Não há mistério em atender telefone. Daí muitos votos nulos. Mas não adiantam nada; Garotinho tem razão.


Câmara retoma o trabalho
SÃ O PAULO - Depois de quase dois meses sem votar qualquer matéria devido às eleições, a Câmara dos Deputados deve retomar na próxima semana a votação de diversas proposições, entre elas, quase 30 medidas provisórias que estão trancando a pauta de votação da Casa.

Na terça-feira, o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), deverá manter entendimentos com os líderes partidários para a elaboração de uma pauta mínima de votações até o fim deste ano.

Aécio pretende votar, nesta semana, algumas das MPs que sejam de consenso. Ele entende que as medidas mais polêmicas só terão condições de ser votadas com um quórum alto. O plenário da Câmara não poderá apreciar qualquer matéria antes de votar todas as MPs que estão trancando a pauta.

Também na próxima semana deverão ser reiniciados os trabalhos de algumas comissões técnicas permanentes, que foram suspensas em virtude do período pré-eleitoral.


Artigos

O turno de discernir?
Maria Clara L. Bingemer

O povo brasileiro esperava talvez ver resolvida sua ansiedade sobre quem iria governar o país pelos próximos quatro anos e... descobriu na manhã do dia seguinte que teria de esperar mais três semanas. Mais três semanas de inquietação, de espera, de nervosismo, de luta, de trabalho... mas também mais três semanas que permitirão uma preparação mais bem vivida.

Se o primeiro turno oferecia várias opções de candidatos, devendo o eleitor estudar vários programas, comparar diversas propostas, agora a questão se resolverá entre dois. Os dois que o povo eleitoral considerou os melhores, os mais aptos, os mais desejados. Se o primeiro turno, portanto, nos situava em meio a uma escolha complexa e diversificada, o segundo, certamente, nos coloca de cheio dentro daquilo que - em termos espirituais cristãos - chamamos discernimento.

O discernimento é um dom dado por Deus aos seres humanos mencionado já desde as cartas de São Paulo (v. 1 Cor 12) e consiste na sensibilidade inspirada pela graça para perceber, entre opções à primeira vista igualmente boas, qual a melhor e mais de acordo com a vontade de Deus. Depois de São Paulo, certamente quem melhor tematizou o discernimento espiritual foi Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, no século XVI.

A pedagogia de Santo Inácio pode bem ajudar-nos na preparação para este segundo turno de eleições para presidente e, em alguns Estados, para governador. Vejamos os passos que nos aconselha quando, entre duas opções, há que escolher a melhor.

O primeiro passo é ficar livre interiormente sem nos deixarmos condicionar por um ou outro candidato. Nunca poderemos escolher bem se estamos apegados a impressões genéricas ou sentimentos epidérmicos e subjetivos que nutrimos por este ou aquele candidato. Menos ainda pode ser determinante para nós a vantagem pessoal que este ou aquele candidato pode trazer-nos, pela posição que ocupa, pelos relacionamentos que temos em comum com ele, pela classe social a que pertencemos e que acreditamos poder ser por um e não pelo outro favorecida. Portanto, abertura de mente e coração, objetividade de avaliação serão os melhores aliados para começarmos o discernimento.

Depois disso, tranqüilamente, trata-se de ir vendo os prós e os contras de um e de outro. Com toda objetividade, sem nos deixarmos arrastar por impulsos emocionais. Vejamos o que um e outro candidato podem e querem trazer como contribuição ao nosso país e ao nosso povo, sobretudo aos mais pobres. O que um e outro se propõem fazer para que certas situações injustas que ainda vigoram no Brasil sejam erradicadas. A opção preferencial pelos pobres é o coração da revelação de Deus na Bíblia e no Evangelho. Tem sido, além disso, objeto de insistentes exortações do próprio magistério da Igreja. É sobre esse pano de fundo, portanto, que somos chamados a discernir os pontos positivos e negativos de cada candidato.

Uma vez feito isto, e tendo o perfil de cada um diante dos olhos, ponderar os elementos encontrados, ou seja, pesá-los. Ver para onde pende a balança da nossa escolha, e por fim escolher. Certamente, se tivermos feito um bom discernimento, os fatos mostrarão que fomos conduzidos pelo Espírito de Deus pelo caminho certo. Bom discernimento e bons votos!


Editorial

AGENDA E DESAFIO

Reeleito deputado federal pelo PMDB de Pernambuco com expressiva votação de 145 mil votos, o empresário Armando Monteiro Neto toma posse amanhã na presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Armando Monteiro assume o cargo com amplo respaldo. O que é fundamental neste momento de mudanças. A CNI sempre participou com destaque dos debates sobre a política econômica e tudo que se refere aos destinos do país. Desta vez não será diferente. Discute-se em todo o país a necessidade de retomar o crescimento e gerar empregos, sem pôr a perder a estabilidade. Os tempos são bicudos e qualquer erro pode ser fatal.

Assim que o novo presidente da República assumir, o presidente da CNI será chamado a opinar sobre os rumos da economia e terá de explicitar as demandas dos empresários. A agenda da CNI é conhecida. Temas como a reforma tributária, a redução dos juros e a revisão da legislação trabalhista estão na pauta há muito tempo. Constam também das promessas de Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra.

A CNI tem pela frente o desafio de tornar realidade os compromissos assumidos pelos candidatos. Não pode permitir que caiam no vazio. Armando Monteiro Neto está preparado para a missão. Certamente fará valer o peso da maior entidade da indústria brasileira.


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10/14/2002


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