Magno Malta: ação do Cade com relação à Garoto é "suspeita"



A decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de determinar a reversão da compra da fábrica de chocolates Garoto pela Nestlé foi posta sob suspeição nesta quinta-feira (1º) pelo líder do PL no Senado, Magno Malta (ES). Segundo o parlamentar capixaba, a operação evitou maiores danos econômicos e sociais ao Espírito Santo, já que a Garoto, uma empresa familiar tradicional, estava quebrada, mas a decisão do Cade parece ter tido um interesse negocial.

O senador estranhou que, num período de desaquecimento da economia, o Cade tenha concedido apenas 30 dias para a venda da Garoto pela Nestlé a outro grupo. Magno Malta disse acreditar que, se aparecer um comprador, é porque ele já existiria e só estaria esperando a decisão do Cade para se apresentar.

- Por acaso o Cade existe para fazer negócios? O Cade por acaso é corretor? - perguntou o senador, que na quarta-feira (31) esteve com os senadores João Batista Motta (PMDB-ES) e Gerson Camata (PMDB-ES) na sessão do conselho que examinou (e rejeitou) recurso do Ministério Público Federal contra a determinação de cancelamento da compra da Garoto.

A revolta levou os três senadores a se retirarem da sala de julgamentos do Cade. O líder do PL também mostrou-se irritado com a posição do governo a favor do conselho, manifestada no boletim Em Questão, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Magno Malta observou que a nota publicada pelo boletim foi escrita pelo presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, casado com a procuradora do Cade Maria Paula Dallari. Por meio de requerimento de informações, o senador está pedindo ao ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, descrição das atribuições de Bucci no governo.

Em seu discurso, Magno Malta também reafirmou sua posição contrária à legalização dos bingos, por entender que são usados para lavagem de dinheiro, e criticou o governo por não cumprir o acordo que previa a aprovação da proposta de emenda à Constituição que amenizaria os efeitos da reforma da Previdência, a chamada PEC paralela.



01/04/2004

Agência Senado


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