Magno Malta diz que renuncia se for encontrada alguma emenda dele para a compra de ambulâncias



O senador Magno Malta (PL-ES) afirmou nesta terça-feira (1) que renunciará ao mandato se encontrarem uma emenda sua destinando recursos para ambulâncias no esquema de corrupção desvendado pela chamada "operação sanguessuga", da Polícia Federal. O senador disse que está vendo sua vida ser jogada no lixo "por um canalha" (Darci Vedoin, dono da empresa Planam).

- Não renuncio para voltar depois, não. Renuncio para responder na Justiça como cidadão comum - assegurou.

Magno Malta fez questão de mostrar em Plenário todas as emendas que já apresentou desde que era deputado federal e disse que não conhece Darci Vedoin nem seu filho, Luís Antonio Trevisan Vedoin.

- Vou passar para a história como o homem que traiu a máfia dos sanguessugas, porque nunca apresentei uma emenda para compra de ambulâncias - afirmou.

Em relação ao automóvel que teria recebido de Darci Vedoin, o senador disse que realmente recebeu o carro do ex-deputado Lino Rossi, mas como empréstimo de um amigo e que o devolveu há um ano e um mês em Cuiabá. Ele acrescentou que o carro estava em nome de José Luís Cardoso e não em nome de qualquer empresa e que chegou a pagar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

- Esse Vedoin talvez esteja a serviço dos bandidos investigados pela CPI do Narcotráfico, que presidi na Câmara dos Deputados. Não construí minha história fraudando o orçamento nem recebendo lobistas - afirmou.

Apartes

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) lamentou que a imprensa publique denúncias de quem não tem credibilidade para fazê-las. O senador Sibá Machado (PT-AC) também disse estar espantado com a forma como as informações têm vazado da CPI dos Sanguessugas para a imprensa. O senador Paulo Paim (PT-RS) disse ter certeza de que Magno Malta está sendo injustiçado.

O senador Romeu Tuma (PFL-SP), que também é o corregedor do Senado e responsável pela investigação sobre a participação de dois senadores e uma senadora no esquema de corrupção, disse que pediu todas as informações à CPI dos Sanguessugas para fazer uma análise adequada.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse que está "passando pela mesma angústia" de Malta. Ele reafirmou que não conhece os Vedoin e disse que está sendo perseguido "por pessoas do Sul-Sudeste" por ser nordestino e apoiar o governo. O senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que também é membro titular da CPI dos Sanguessugas, lembrou que a CPI só fez uma reunião para instalação e que parece estar sendo conduzida por "uma espécie de quarteto fantástico".

- Tomo conhecimento de coisas pela televisão. Quero exercer meu direito de voto nessa CPI. Eu quero voto, quero discussão - exigiu.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) aproveitou para comentar a postura da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), dizendo que ela "agora é cuidadosa e defende o direito de defesa de todos". O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que o bem e a verdade vão se sobrepor à mentira. O senador Efraim Moraes (PFL-PB) afirmou acreditar que Magno Malta está no caminho correto. O senador Marcos Guerra (PSDB-ES) disse ter certeza que Malta vai provar inocência.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ressaltou a importância de Magno Malta ir a Plenário expor a sua versão de forma franca e com documentos. O senador João Batista Motta (PSDB-ES) disse suspeitar de "uma conspiração para enfraquecer o Legislativo, igualar a classe política e manter alguém no poder". O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que a verdade virá à tona.



01/08/2006

Agência Senado


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