Magno Malta nega que tenha tentado negociar CPI
O senador Magno Malta (PL-ES) negou que tenha tentado negociar com o governo a apresentação do requerimento de instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os bingos. Ele informou que, acompanhado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, vai procurar o vice-presidente da República, José Alencar, e colocar-se à disposição para deixar o partido, para evitar constrangimentos. Magno Malta informou ainda que encaminhará ofício à Casa Civil da Presidência da República solicitando a demissão de todas as pessoas indicadas por ele para cargos públicos federais.
Outro desmentido feito por Magno Malta foi o de que conversa telefônica que manteve, do seu gabinete, com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, tenha sido ouvida por jornalistas através do recurso "viva-voz" do seu telefone. Ele disse que renunciaria ao cargo se qualquer repórter confirmasse que testemunhou a conversa. O senador pelo Espírito Santo comentou que, desde as denúncias apresentadas pela imprensa envolvendo o ex-assessor parlamentar da Presidência da República Waldomiro Diniz, conversou apenas uma vez por telefone com Dirceu e, na ocasião, apenas o senador Aelton Freitas (PL-MG), que confirmou a versão, estava presente.
- Quero dizer que o governo nunca me pediu nada, não me pressionou, nem eu nunca pedi nada ao governo. Recebi no meu gabinete os senadores Paulo Paim (PT-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), Tião Viana (PT-AC) e Ideli Salvatti (PT-SC). Ouvi todas as ponderações, mas não pedi nada a ninguém. Que digam a quem pedi cargos. Negociar a apresentação do requerimento de CPI seria um comportamento de ladrão de galinha - declarou o senador.
Um dia depois de ter protocolado o requerimento para a instalação da CPI dos Bingos, lembrou Magno Malta, recebeu da imprensa um tratamento comparável ao de um criminoso. Ele disse que o deputado federal Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) chegou a fazer pronunciamento considerando-o um "sujeito indigno que tinha ligações com o crime organizado no Espírito Santo".
Magno Malta lembrou que, durante o último período eleitoral, atendeu a convites feitos por petistas de vários estados para participar de suas campanhas. Ele registrou que, em diversas ocasiões, trabalhou para "dessatanizar" o então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao eleitorado evangélico. Nessas ocasiões, comentou, não era tratado como um criminoso ou uma pessoa indigna pelos integrantes do Partido dos Trabalhadores.
09/03/2004
Agência Senado
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