Maguito denuncia pressões do governo na disputa interna do PMDB



O presidente do PMDB, senador Maguito Vilela (PMDB-GO), denunciou pressões sofridas pela legenda na disputa pela presidência do PMDB, do qual é um dos candidatos, e afirmou que está encaminhando requerimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com pedido de investigação judicial para apurar abuso de poder por parte do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e pelos ministros Eliseu Padilha, Ramez Tebet e Ovídio de Ângelis. Em discurso nesta terça-feira (dia 28), o senador disse que a disputa interna do PMDB está viciada porque Fernando Henrique vem liberando verbas para os peemedebistas alinhados com o governo. Para o senador, sua disputa não tem se dado com o outro candidato, o deputado federal Michel Temer (SP). Seu adversário seria o governo federal.

Maguito, que também está entrando com pedido de ação civil pública no Ministério Público Eleitoral para apurar atos de improbidade administrativa contra o presidente e os ministros citados, disse que no final da semana matérias publicadas em importantes órgãos de imprensa já confirmavam suas suspeitas de que estava havendo barganha de votos. Segundo o senador, o Correio Braziliense aponta na matéria "O jogo pesado do PMDB governista" casos concretos de retaliação aos filiados que declararam apoio a sua candidatura. Já a Folha de S. Paulo , acrescentou o senador, em matéria assinada pelo jornalista Lúcio Vaz, mostrou "o festival de liberações de verbas aos aliados do governo na disputa interna do PMDB".

De acordo com o senador, dois dias depois do lançamento de sua candidatura, só a Secretaria de Desenvolvimento Urbano liberou R$ 85,6 milhões, "sendo que 88% ficaram com os governistas". Maguito frisou que, durante todo o ano, a mesma secretaria "só havia liberado R$ 83 milhões".

O parlamentar alertou que, se a convenção for mantida nesses moldes, o PMDB corre o risco de se perder "por causa de migalhas de poder". Maguito disse que, na condição de presidente em exercício do PMDB, não será conivente com um processo "eivado de vícios", que irá condenar o PMDB a um "partido de segunda, apêndice de um governo capenga, submisso ao FMI". Assim, antecipou ele, uma das medidas que também vai estudar com o partido será o adiamento da convenção partidária.

28/08/2001

Agência Senado


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