MAGUITO É O PRESIDENTE E MARINA É A VICE EM COMISSÃO QUE ESTUDARÁ FIM DA POBREZA



"Depois de muitos anos sendo desafiados pela pobreza, o mundo político e a sociedade brasileira vão, a partir de agora, desafiar a fome e a miséria", afirmou o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) logo após ter sido eleito, nesta quinta-feira (dia 12), presidente da Comissão Mista Especial que vai estudar as causas da pobreza e propor soluções para erradicá-la do Brasil. A senadora Marina Silva (PT-AC) foi eleita vice-presidente da comissão e o deputado federal Roberto Brant (PFL-MG) foi escolhido para assumir a relatoria.A instalação da comissão foi presidida pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) que ressaltou o "momento histórico" da reunião de todos partidos em torno do "objetivo mais significativo na história do país". Simon lembrou que o Brasil é um recordista em desníveis sociais, mas observou que o que importa é a prioridade que está sendo dada ao debate e a unanimidade alcançada em torno da questão.Maguito assinalou a obrigação que os integrantes da comissão têm de não entregar um país com o quadro atual às gerações futuras. O presidente da comissão disse estar encorajado, tranqüilo e confiante no sucesso do trabalho, que pretende desenvolver em conjunto com Marina Silva e de maneira harmônica e democrática com todos os parlamentares.A vice-presidente Marina Silva disse que a comissão precisa, obrigatoriamente, priorizar o debate em torno de propostas que visem políticas públicas. A senadora sugeriu a criação de grupos temáticos de trabalho que poderiam estudar com mais afinco as áreas de educação, saúde, emprego e reforma agrária, entre outros temas. Marina propôs ainda que a comissão consulte a sociedade organizada e analise as experiências que deram certo ouvindo pessoas historicamente comprometidas com a erradicação da miséria no país, como Celso Furtado, Don Mauro Morelli, Ana Peliano, Adib Jatene, Cristóvam Buarque e outros. O deputado Alceu Collares (PDT-RS) protestou contra a iniciativa de Marina Silva. Segundo o deputado, a primeira reunião da comissão deveria estabelecer as regras de funcionamento e de trabalho antes de qualquer indicação de nomes para convocação. A senadora explicou que não estava tentando impor uma lista de nomes, mas que diante da urgência da fome e da miséria, pretendeu transformar a reunião de instalação da comissão em reunião administrativa e tentar decidir logo alguns pontos. "As pessoas não querem mais a melhor frase de efeito, mas a melhor iniciativa", afirmou.O relator Roberto Brant disse que o Brasil é um país dual, mas que ainda se insiste em governá-lo como se fosse uma unidade homogênea, sem levar em consideração justamente os excluídos. Ele afirmou que a comissão vai "encontrar eco profundo" na sociedade brasileira e apelou para que não se perca mais tempo procurando pela pobreza. "Todos nós a conhecemos", disse. Brant pretende impor objetividade ao seu trabalho e resgatar iniciativas de sucesso que foram interrompidas.Após a reunião de instalação, Maguito, Marina e Brant reuniram-se para definir uma agenda de trabalho para a comissão. A próxima reunião foi marcada para quarta-feira (dia 18), às 10h.

12/08/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


Alvaro Dias quer ouvir secretário da Receita sobre quebra de sigilo do vice de Marina e do vice-presidente do PSDB

MARINA VAI PROPOR ALTERAÇÕES EM RELATÓRIO DA COMISSÃO DA POBREZA

MARINA COLETA ASSINATURAS PARA PECS DA COMISSÃO DA POBREZA

Comissão Mista de Mudanças Climáticas escolhe presidente e vice-presidente nesta terça-feira

Comissão de Assuntos Econômicos elege presidente e vice-presidente

MARINA LAMENTA QUE SÓ 2 PROJETOS DA COMISSÃO DA POBREZA SEJAM APRECIADOS NA CONVOCAÇÃO