Maguito quer que prefeituras possam consertar estradas federais



O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) informou que grupos de prefeitos e empresários do sul e do sudoeste de Goiás decidiram consertar, com recursos próprios, as estradas federais dessas duas regiões. Em discurso nesta terça-feira (26), ele anunciou também que apresentará projeto de lei permitindo que prefeituras sejam indenizadas por consertos realizados em rodovias de responsabilidade da União.

O senador parabenizou os prefeitos das duas regiões, como também os empresários, agricultores e pecuaristas que estão custeando a manutenção das estradas. Em especial Humberto Machado, prefeito de Jataí, sua cidade natal, que conseguiu arrecadar R$ 300 mil em uma semana, conforme informou. O parlamentar criticou as ações do Ministério dos Transportes e do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), órgãos do governo federal que querem impedir as prefeituras de taparem os buracos nas rodovias.

- É um absurdo uma situação dessas: o governo é omisso, abandona as estradas e, quando o povo quer consertar, tenta impedir. Espero que o governo, que nunca foi sensível ao problema das estradas federais em Goiás e no Brasil todo, não tente impedir o povo de fazer o que ele deveria ter feito - afirmou o parlamentar, lembrando já ter feito mais de 30 pronunciamentos denunciando a precariedade das estradas federais sem, no entanto, ter conseguido sensibilizar o governo federal.

O representante goiano afirmou que 60% das rodovias do país encontram-se praticamente destruídas. Em Goiás, as prefeituras e comunidades estão consertando um trecho de 130 quilômetros na BR-364, entre Aparecida do Rio Doce e São Simão, onde há um porto que permite, por meio da hidrovia Tietê/Paraná, que as mercadorias goianas cheguem a Santos (SP), de onde são embarcadas para todo o mundo. Segundo ele, a precariedade da estrada aumenta o frete em R$ 6,00 por tonelada, anulando a vantagem do transporte hidroviário.

O outro trecho, de 90 quilômetros, está na BR-060, entre Jataí e Rio Verde, onde também faltam sinalização eficiente e sobram buracos. Da região, sustentou Maguito Vilela, provém mais de 1% de toda a produção de grãos do país. Apenas a empresa Perdigão, exemplificou, investiu US$ 500 milhões na região nos últimos anos.

- É uma situação vexatória para o país, onde a produção agropecuária é que tem sustentado os índices favoráveis da economia. Não tem cabimento que os corredores de transporte sejam esquecidos e abandonados dessa forma. Sinto-me envergonhado em não ter conseguido, nesses quatro anos, sensibilizar o governo federal para que tome as providências necessárias para solucionar o problema de uma vez por todas - afirmou o senador, acrescentando que irá pessoalmente ajudar no conserto das rodovias. Para ele, -o vexame do governo federal será menor se ele permitir que o povo faça o trabalho de tapa-buraco-.

Em aparte, a senadora Emilia Fernandes (PT-RS) afirmou que a situação das estradas federais é -uma vergonha nacional-.



26/11/2002

Agência Senado


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