Maguito Vilela já previa sua derrota



Maguito Vilela já previa sua derrota Senador goiano acusou o governo de "pegar pesado", referindo-se a uma intervenção de FHC nos rumos do PMDB. A votação para a escolha do novo presidente do PMDB acabou às 17h, mas antes disso, o senador goiano Maguito Vilela já admitia a derrota. Ele usou o mesmo argumento da semana passada: "O governo pegou pesado", referindo-se a uma suposta intervenção do presidente Fernando Henrique Cardoso no destino peemedebista por intermédio dos seus ministros O ministro do Transportes, Eliseu Padilha ; da Integração Nacional, Ramez Tebet e do secretário especial do Desenvolvimento Urbano, Ovídio de Angelis, teriam feito campanha por Tamer, segundo Maguito. Maguito fez uma referência velada ao provável resultado desfavorável. "Mesmo com todo o esforço do governo federal em eliminar nossa força, aqui está a demonstração de que o PMDB autêntico é lutador, tem garra e não se intimida com resultados adversos", afirmou, dirigindo-se à área da platéia que concentrava seus aliados. As horas quentes da tarde serviram para que os dirigentes peemedebistas descansassem um pouco durante a convenção e deixassem o microfone do palanque aberto aos oradores desconhecidos que vieram de todos os cantos do País. Dezenas de oradores tiveram seus minutos de glória. A maioria defendeu o candidato com menor chance de vencer a disputa, Maguito Vilela, fato destacado por um observador acostumado a acompanhar convenções políticas. "Quando você vir a maioria dos oradores defendendo um candidato, pode saber que ele está derrotado. É o chamado direito de espernear", definiu com ironia a situação de Maguito. Os problemas internos do PMDB não se encerram com a decisão de ontem. Derrotados, o governador mineiro Itamar Franco e Maguito Vilela ainda terão que decidir se deixam ou continuam no partido e se vão tentar negociar uma "saída honrosa", que muito provavelmente aparecerá na forma de alguns cargos na direção executiva do partido. Itamar pode falar hoje Apesar de admitir a derrota antes mesmo de abertas as urnas, o PMDB do governador de Minas, Itamar Franco, buscou consolo no fato de ter aprovado a tese da candidatura própria do partido a presidente da República em 2002. "Isso, com certeza, foi uma vitória nossa, independentemente do resultado do Maguito. Do ponto de vista jurídico, não tem mais jeito. Está consolidado. Eles (os governistas) agora terão que acatar", disse o ex-governador Orestes Quércia (SP), referindo-se ao fato de a aprovação ter se dado em uma convenção oficial, ficando registrada em ata. Horas antes do final da votação, Quércia já dizia que seria "muito bom" um resultado de 30% dos votos para a chapa do senador Maguito Vilela. "Seria ruim um resultado abaixo de 20%, não seria honroso". O ex-presidente nacional do partido Paes de Andrade (CE) criticou FHC. "O presidente Fernando Henrique compra e corrompe o PMDB. Invade nossa casa e tenta nos humilhar. Mas vai fracassar em seu projeto". Itamar, além de não ter discursado, nem sequer planejava comentar o resultado da convenção. Segundo a sua assessoria de imprensa, somente hoje ele poderá comentar o assunto. Afastamento de figurões Antes da votação que definiu o novo comando do PMDB, a convenção nacional do partido aprovou duas moções que criam constrangimentos a três chefões da legenda cercados de suspeitas de corrupção. Tomados ao pé da letra, os textos recomendam o afastamento do presidente licenciado do Congresso, senador Jader Barbalho (PA), do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia e do senador cassado Luiz Estevão (DF). A primeira moção sugere que deixem a sigla todos os filiados acusados de malversação ou desvio de recursos de bancos estaduais – caso de Jader, cujo mandato no Congresso está por um fio, diante das evidências cada vez mais numerosas de ter se beneficiado, fraudulentamente, no tempo em que era governador, de dinheiro do Banco do Estado do Pará (Banpará). O alvo do autor do texto, o deputado Nelo Rodolfo (SP), era Quércia, apontado como o principal responsável para a ruína que levou o Banespa à intervenção federal. A segunda moção condena os membros da agremiação que estejam sendo julgados por desvio de recursos públicos, como Estevão, acusado de desencaminhar verbas destinadas às obras superfaturadas do edifício do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Aprovadas "por aclamação" – sem contagem de votos –, as moções são, por natureza, peças mais retóricas do que de efeito prático. Os textos serão, agora, avaliados pela nova comissão executiva do PMDB, que poderá levá-los adiante ou, o que é mais provável, engavetá-los. "No caso de Jader, seria melhor esperar pelo julgamento do Conselho de Ética do Senado", disse o senador Roberto Requião (PR). "Embora haja evidências de desvios no Banpará, é melhor evitar esse tipo de punição sem a conclusão do processo". Preocupação idêntica manifestou o também senador Cassildo Maldaner (SC). "Por essa esteira, podem ser alcançados companheiros que vão ficar sem direito defesa", afirmou. Mesmo que as moções não dêem em nada, o isolamento de Jader ficou evidente durante a convenção. O outrora poderoso presidente nacional do partido não compareceu ao evento e o nome dele não foi citado em nenhum dos discursos. Vitória esmagadora de Temer Escolha do novo presidente do PMDB foi confirmada ontem, na convenção do partido. O deputado Michel Temer (SP) é o novo presidente nacional do PMDB. Ele venceu o presidente nacional em exercício do partido, senador Maguito Vilela (GO), que só entrou na disputa para evitar uma derrota humilhante do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, mas surpreendeu os independentes e governistas da legenda, que não contavam nem com os 38% dos votos dados ao senador goiano. Foram 411 votos pró-Temer, contra 244 dados a Vilela, numa proporção de 62% contra 38% dos votos, respectivamente. Mas, como a proporcionalidade só vale para a composição do diretório nacional, o resultado produzirá uma segunda batalha, desta vez, pelo controle da executiva nacional, que será eleita pelo novo diretório. Os partidários de Temer, que, na véspera, contabilizavam 76% dos votos dos convencionais, não estão dispostos a dividir o poder com os itamaristas, apoiados pelos grupos de Vilela e do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. "Eu defendo uma executiva puro sangue", resumiu o líder da legenda na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). "Só presido o partido com o controle da executiva", emendou Temer, com a tranqüilidade de quem obteve 44% dos votos do diretório paulista, mas foi alijado da executiva estadual, composta, integralmente, por qüercistas. Derrotado na reunião da executiva nacional que decidiu incluir na pauta da convenção as eleições prévias para escolher o candidato da sigla a presidente da República em janeiro, Vilela fez uma manobra para "corrigir" a derrota na convenção: embutiu na cédula de votação a proposta do agrado de Itamar, de realizar as prévias em outubro, com o imediato desembarque do governo. Convenção em clima de festa Enquanto todos esperavam um clima tempestuoso na eleição do novo presidente do PMDB, toda a disputa acabou transcorrendo de forma amena e o destaque ficou mesmo para os militantes dos dois candidatos, senador Maguito Vilela (GO) e deputado Michel Temer (SP), que levaram verdadeiras torcidas organizadas, chegando a superlotar o ginásio do Colégio Marista. O esperado embate entre os governistas e a oposição, como as cenas truculentas da convenção de 1998, acabou não acontecendo, basicamente devido a grande mobilização de segurança promovida pelo governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz. Segundo o Comandante Joselino, o efetivo presente girou em torno de 350 militares, entre PM, Bope e Polícia Montada. O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, bem que esteve perto de iniciar um confronto físico quando se envolveu no bate-boca entre o ministro dos Transportes Eliseu Padilha e o delegado de Goiás Ney Moura Teles. A discussão terminou com berros de Teles após quase perder o microfone: "Segurança, eu fui agredido!" . Fora isso, as únicas agressões que aconteceram durante toda a convenção foram verbais, e por parte dos militantes presentes. Os de Temer levaram uma charanga que, por muitas vezes, provocou a indignação da Comissão Executiva Nacional do partido que compunha a mesa. Os integrantes ameaçaram ao microfone, inúmeras vezes, a retirada forçada dos militantes pela segurança se continuassem a tocar os instrumentos. Pelo lado da torcida de Maguito, apenas bandeiras do Brasil, camisetas do partido e gritos de guerra ofensivos devidamente ensaiados. Antes mesmo de iniciar a votação, várias personalidades ganharam o foco de todos na entrada do ginásio. O principal deles, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco foi ovacionado quando entrou, provocando a inquietação de Temer e seus aliados, já presentes. Roriz preferiu não explicitar seu apoio a Temer e foi conciliador em suas palavras: "É difícil dizer quem é melhor para o PMDB. O que posso garantir é que qualquer um que ganhar será importante para o partido, pois o vencido vai congratular juntamente com o vencedor". O clima só esquentou mesmo na convenção quando os participantes fizeram os seus discursos contra ou a favor do partido ter um candidato próprio nas próximas eleições presidenciais. Os militantes gritavam, aplaudiam, vaiavam e xingavam a cada palavra dos deputados que se apossavam do microfone. A principal proposta de Maguito para a presidência do partido seria a de candidatura própria, basicamente apoiada no nome de Itamar Franco. Embora Temer seja nitidamente aliado do presidente Fernando Henrique Cardoso, também garantiu os mesmo propósitos. "Não interessa quem ganhe. O que interessa é que teremos um candidato próprio do PMDB em 20 de janeiro. O objetivo principal do PMDB é a união de todos para levar o partido como uma unidade", explicou o deputado que, surpreendentemente, deve honrar suas palavras. Artigos Além da palavra e da imagem José Luiz Oliveira Mesmo sob fogo cerrado da oposição (que não vê nada de positivo em sua administração), de parte significativa da mídia escrita e eletrônica (que procura destacar os fatos negativos em seu noticiário) e de alguns integrantes do Ministério Público (aquela parcela que vê em todos os atos do Buriti uma agressão ao tombamento e ao meio ambiente), mesmo com tudo isso o governador Joaquim Roriz se mantém com uma aprovação de 66% pelo segundo mês consecutivo. A pesquisa da Soma Opinião e Mercado, que o Jornal de Brasília publica hoje na página 5 do caderno Grande Brasília, traz um número ainda mais surpreendente para quem acompanha a política do Distrito Federal e está ligado no noticiário: a desaprovação do governo Roriz caiu dois pontos – de 31% para 29% – o índice mais baixo desde que assumiu o governo. A avaliação positiva dos brasilienses sobre o governo Roriz é daquelas coisas que os jornalistas deveriam recortar e guardar. Dá para, no mínimo, meditar sobre duas questões: até que ponto uma campanha orquestrada pode atingir a imagem de um governo? Até onde os meios de comunicação podem avançar com noticiário dirigido sem cair no descrédito? Porque das duas uma. Ou o noticiário não está chegando ao brasiliense, ou então o morador de Brasília é um alienado. Como Brasília é uma cidade altamente politizada, de gente articulada e consciente, fica difícil acreditar na hipótese de que ninguém lê jornal nem vê televisão. É igualmente difícil acreditar que os leitores da capital da República não saibam o que lêem. Aí sobra aquela hipótese que nos deixa vermelhos de vergonha: o descrédito. Leitor consciente e articulado desconfia, lê as entrelinhas. É exatamente isso que está acontecendo em Brasília. Quem anda pela cidade vê sinais robustos de transformação, obras importantes para a qualidade de vida, coisa que o brasiliense preza muito. Se isso não aparece na mídia, é porque alguma coisa está errada. O leitor sabe. Quanto a Roriz, a pesquisa mostra que está no rumo certo. Mas o governador não pode esquecer que nenhuma obra se esgota, que é necessário estar atento, ouvindo queixas e sugestões dos moradores (coisa que, aliás, ele tem sabido fazer). Pioneiro, Roriz sabe que Brasília ainda tem muitos problemas. O desemprego, por exemplo. Houve uma redução significativa com o volume de obras, mas o índice ainda preocupa. Sabemos que este é um problema macro, que o País precisa enfrentar com transformações sociais. Mas a experiência do DF mostra que os governadores podem ajudar. A interconexão das crises Márcio C. Coimbra O mercado mundial está em desaquecimento. Os resultados da desaceleração econômica em alguns países, onde está incluída a maior economia do planeta, a norte-americana, pode ser sentida nos quatro cantos do globo. Entretanto, a interdependência econômica existente entre as nações não é uma novidade deste início de século. A globalização, dentro deste contexto, acontece há muito mais tempo do que imaginamos, assim como a interconexão das economias. A fundamental mudança entre os dias de hoje e o passado reside na velocidade da troca de informações, o que faz com que as crises econômicas mundiais se espalhem com maior rapidez do que ocorria no passado. Como resultado das diversas crises ocorridas nas mais diferentes economias nacionais nos últimos tempos, os países buscam mecanismos que possam atenuar o reflexo destes terremotos. A vulnerabilidade das economias tem sido uma das grandes questões em debate. Mas como é possível saber se uma economia é sólida ou vulnerável? O grau de solidez da economia de um determinado país é um reflexo da sua estrutura. Se um país possui uma estrutura sólida, baseada em uma política definida e regras claras, não intervencionistas, o seu grau de defesa para um terremoto econômico internacional é maior, pois são atraídos capitais de qualidade, que não fogem diante de uma crise. Entretanto, se um país abusa de práticas intervencionistas e regras legais instáveis, a sua possibilidade de sofrer com o abalo de outras economias será largamente aumentada, pois a estabilidade econômica, dentre outras, estará baseada na captação de capitais voláteis, gerando uma alta dependência externa. As crises econômicas, dependendo de cada país, podem ser definidas como cíclicas ou estruturais. No caso de uma economia de maior solidez, as crises tendem a ser cíclicas, pois são resultantes de movimentos normais do mercado. A estabilidade estrutural destas nações opera pequenas correções para que a crise se afaste sem maiores traumas. É o caso das crises vividas atualmente por países como os Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, por exemplo. Com pequenos ajustes, estes tendem a normalizar sua situação. Entretanto, outros países possuem graves distorções, o que os leva a viver crises estruturais. É o caso vivido hoje pelo Japão, Brasil e Argentina, para citar alguns exemplos. Além disto, em função de seus defeitos estruturais, que levam à falta de investimento, estas nações sofrem com as oscilações das fortes economias em seus períodos de crises cíclicas. Dois claros exemplos são Brasil e Argentina, que sofrem os reflexos de uma crise cíclica vivida pelos países estáveis, majorada em função da sua falta de estabilidade estrutural (motivo da crise interna argentina). Logo, para atenuar os efeitos das crises ocorridas em outros mercados, a receita reside na implantação de profundas reformas estruturais. Especialmente no caso do Brasil, as reformas estruturais passam pelo estabelecimento de regras claras e estáveis para o assentamento de capitais de qualidade, respeito pelo cumprimento dos contratos, flexibilização de legislações extremamente protecionistas e intervencionistas como na área tributária e ambiental. Revisão da vetusta legislação trabalhista nacional, hoje praticamente sem sentido, visto que somente 45% dos trabalhadores são empregados dentro dos ditames da CLT. Em suma: é necessário criar ambiente para o surgimento de novos mercados e empresas, diminuindo a intervenção estatal. Portanto, se o Brasil adotar reformas pontuais e necessárias, além de se tornar um país com empresas mais competitivas, gerando emprego e riqueza, poderá estar preparado para enfrentar eventuais crises em mercados internacionais. Ademais, encontrará, além da estabilidade monetária já conseguida, uma estabilidade estrutural, gerando desenvolvimento. Deste modo, durante eventuais crises cíclicas, necessitará somente de pequenos ajustes, como diminuição da taxa de juros e da carga tributária, incentivando consumo e gerando empregos, como estão fazendo o FED e a Casa Branca. Colunistas Claudio Humberto Inacabadas e superfaturadas A CPI das Obras Inacabadas visita a Bahia na próxima quarta (12). Pode começar o trabalho já no desembarque, inspecionando o superfaturado aeroporto de Salvador, rebatizado de Luiz Eduardo Magalhães. O TCU apurou que os recursos da sua reforma foram desviados para a Linha Verde, rodovia que liga a capital ao litoral norte do Estado, igualmente inacabada. As duas obras estão a cargo da OAS, aquela do amigo sogro. Pechincha em NY Depois de lançar títulos a 6% ao ano, há alguns meses, a Globocabo já os negocia a um terço do valor, na bolsa de Nova York. Os mesmos títulos agora estão sendo ofertados a 18%, mais do que os argentinos, que, no auge da crise, negociaram os seus a 16,7%. Pensando bem... ...você compraria um quilowatt usado de FhC? Sem Windows O governo deve mudar o edital – sobrestado por liminar da Justiça – para compra de computadores ao Telecomunidade, projeto que pretende levar a informática às escolas públicas – obra do trio Paulo Renato, Pimenta da Veiga e Renato Guerreiro. A exigência de instalação do ambiente operacional Windows, da Microsoft, será excluída do edital. Beligerância Corre o risco de assistir a uma cena de pastelão quem convidar para a mesma mesa o presidente da multinacional Unisys no Brasil, Victor Reis, e Ramon Barreto, diretor da Dataprev, a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social. O clima entre os dois é de guerra. OAB com UNE A OAB nacional ingressa hoje com ação direta de inconstitucionalidade contra a medida provisória que põe fim ao monopólio de entidades estudantis, como UNE e Ubes, na emissão de carteiras estudantis. A OAB acha que esse assunto não é matéria para MP, e que o governo quer desmantelar entidades com histórico de luta pelas liberdades. Examinando bem... ...é de peroba o óleo que vaza da Petrosuja. Se beber, não escreva O folder em quatro cores e papel de primeira do Detran/RJ parabeniza a leitora por não ter cometido qualquer infração de trânsito nos últimos três anos. "A senhora é o exemplo concreto de que podemos alcançar o tão almejado sonho de viver numa sociedade pacífica". Claro, a leitora não tem carro há seis anos... Parceria armada A Agnelo Pacheco lidera o consórcio "Parceria São Paulo", que vencerá a licitação (sic) da prefeitura paulistana para agência de publicidade, aliada à PG, de Campinas, à Markplan, do Recife, e à sócia oculta MP5, todas participantes da campanha da prefeita Marta. O mercado jogou a toalha: só sete das 43 agências participantes apresentaram propostas. Juízes e réus Só este ano, o STJ condenou três magistrados que andavam na linha. Primeiro afastou o vice-presidente do TJ do Amazonas, que vendia alvarás de soltura a traficantes, depois condenou um juiz potiguar que mandou matar um promotor, além do desembargador gaúcho que pegou dois anos e meio de cadeia por atropelar e matar um coronel da reserva. Desinteresse Para o presidente do Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional, Paulo César Lacerda, a tal "perda de arrecadação", na correção da tabela do Imposto de Renda, seria compensada pela cobrança dos R$ 197 bilhões da Dívida Ativa da União. Mas o governo não mostra interesse em incomodar, de fato, os grandes sonegadores. Saia justa O ministro Pratini de Morais (Agricultura) constrange os diplomatas ao tentar emplacar Osvaldo Aranha, secretário do Conselho de Política de Café Verde, na direção da Organização Internacional do Café. Aranha sequer tem o apoio dos cafeicultores, mas Pratini pressiona o Itamaraty a cabalar votos dos países-membros da OIC para o seu protegido. Faniquito contábil Um ex-poderoso chefão da ex-Rede Manchete deu um golpe na produtora de vídeos comerciais de várias construtoras amigas no Rio. Sumiram R$ 400 mil do caixa enquanto a sócia, ex-funcionária da emissora, estava viajando. A lesada deu um piti e rompeu com o ex-patrão e amigo. Negócio com ex nunca dá certo. Os sapatos revelam... Coordenadora de Arte Eletrônica da PUC-RJ, Rejane Spitz foi destaque na BBC de Londres com inovadora instalação na maior conferência gráfica do mundo, há um mês em Los Angeles. Bolsista da Faperj, ela escolheu sapatos usados e óculos para revelar a condição humana. Ouviu 120 brasileiros, de mendigos a cineastas, unindo-os na internet. ...a desigualdade digital O resultado foi surpreendente, desmascarando a idéia de que a internet sozinha traz progresso e democracia. Na instalação (nae.art.puc/rio.br/siggraph200), ao se pisar num dos 171 pares de sapatos, sensores acionam 30 frases tais como "internet é uma TV"? Na desigualdade digital, 7% decidem pelos 93% que não têm acesso à Rede. PODER SEM PUDOR Febeapá do tempo Nos tempos da velha TV Tupi, o telejornalismo da emissora resolveu inovar, destacando o genial Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) para comentar as notícias, sobretudo sobre política. Mas, certo dia, ele decidiu comentar o boletim do Serviço de Meteorologia, que previa tempo nublado, sujeito a chuvas: – Dia cinzento, sem graça. Nem chove, nem sai de cima. Editorial Mais crise à vista A Caixa Econômica Federal, após suspender os financiamentos imobiliários para a classe média, acena com a criação de um consórcio de imóveis para atender os que ficaram a ver navios com a medida. Nada contra a Caixa prestar mais atenção à população de baixa renda, mas o mais provável é que tanto a classe média quanto os pobres sejam prejudicados com a nova política do governo federal. Por enquanto, apenas os bancos comemoraram a medida. Ao transferir para eles a missão de financiar imóveis, o governo deu um tiro na classe média. Quem vai financiar um imóvel com reajuste mensal pela inflação e, ainda, correr o risco de ficar sem o dinheiro investido caso não tenha condições de pagar em dia as prestações? Mas o problema é ainda mais grave. Empresários da construção civil e sindicatos acreditam que a decisão da CEF de não mais financiar imóveis para a classe média vai provocar a diminuição das obras e, em conseqüência, aumentar o desemprego num dos setores mais críticos, que é o da mão-de-obra com pouca qualificação. Teme-se que essa diminuição de obras coloque na rua um bom número de trabalhadores que não tem para onde correr. Assim, não é só a classe média que vai pagar o pato, mas também os trabalhadores. Topo da página

09/10/2001


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