Maguito Vilela contesta fechamento de hidrovia



A possibilidade de o governo de São Paulo fechar o canal Pereira-Barreto, na hidrovia Paraná-Paranaíba-Tietê, foi constestada em Plenário pelo senador Maguito Vilela (PMDB-GO). Ele alertou que, para incrementar em 800 megawatts a capacidade das usinas instaladas no Rio Paraná, o governo de São Paulo vai inviabilizar o funcionamento da hidrovia. Segundo o senador, o ato importará o fechamento de agroindústrias em Goiás e Minas Gerais, promovendo a retração da atividade econômica em grande parte do Centro-Oeste e trazendo prejuízos para todo o país.

- Não se resolve um problema, fruto da irresponsabilidade, criando, irresponsavelmente, outro problema de proporções enormes. Se o governo paulista levar adiante sua intenção, a economia do Centro-Oeste dará um passo atrás, com quebradeira no campo, fechamento de empresas e aumento do desemprego - advertiu Maguito Vilela.

O senador ressaltou que a hidrovia Paraná-Paranaíba-Tietê permite a conexão de Goiás, por meio de transporte intermodal, com o Sudeste e o Sul do Brasil, levando os produtos do Centro-Oeste até o Mercosul. Segundo informou, pelos 2.400 quilômetros da hidrovia circulam cerca de 5,7 milhões de toneladas de grãos, sendo que uma única barcaça transporta carga equivalente à de 44 caminhões por um preço seis vezes menor.

- O fechamento do canal Pereira-Barreto, como propõe o governo paulista, decretaria o fim do funcionamento da hidrovia, o que seria o mesmo que jogar na lata do lixo milhões de dólares investidos no projeto ao longo de trinta anos. Grande parte desses recursos saiu dos cofres do próprio governo de São Paulo. Isso é um contra-senso sem tamanho, especialmente num momento de crise e recessão - afirmou.

Maguito Vilela chamou ainda a atenção do Plenário para a possibilidade de eclosão de outras crises no país, além da crise energética, confessando temer uma crise na produção de alimentos e no setor de transportes. Ele comentou que as estradas federais estão precisando de urgente recuperação, pois na condição em que se encontram trazem ainda mais prejuízos para o país, e citou o aumento constante dos preço dos fretes por conta dos custos de manutenção dos veículos.

Em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) ressaltou considerar ser cada dia mais grave o problema da falta de planejamento no Brasil. "É difícil crer num governo central que não está pensando nas pessoas", disse ele. Também o senador Moreira Mendes (PFL-RO) aparteou Maguito Vilela para registrar que em Rondônia a situação das estradas é igualmente estarrecedora. "Urge que se tomem providências porque, caso contrário, não será mais possível recuperá-las, vão ter que construir tudo novamente", alertou Moreira Mendes.

06/06/2001

Agência Senado


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