Mais dois parlamentares são incluídos na lista de investigados pela CPI



O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) confirmou nesta terça-feira (1º) que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas incluiu os deputados Philemon Rodrigues (PTB-PB) e Salvador Zimbaldi (PSB-SP) no rol das investigações. Com isso, foi elevado a 92 o número de parlamentares acusados de participar das fraudes na venda de ambulâncias a preços superfaturados a prefeituras, em um esquema associado à apresentação de emendas ao orçamento da União.

Embora o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), tenha evitado falar sobre o assunto, Gabeira disse que os dois "foram pegos numa repescagem", ou seja num reexame dos depoimentos dos donos da Planam, a empresa que coordenava o esquema das ambulâncias. Anteriormente, a CPI apenas detectara o nome dos dois deputados em conversas telefônicas gravadas.

- Philemon é acusado de negociar o recebimento de 10% sobre o valor de verba para a venda de ambulâncias e Zimbaldi teria conseguido fraudulentamente um ônibus destinado a atendimento de saúde prestado por entidade ligada politicamente ao parlamentar - informou Gabeira.

Segundo o deputado, por falta de tempo hábil para o aprofundamento das apurações, os dois serão notificados apenas no dia 10, quando a CPI deverá divulgar o relatório referente aos 90 nomes já em exame. A CPI seguirá seu trabalho pelo menos até dezembro.

Gabeira disse que os depoimentos dados à Justiça Federal pelo empresário Darci Vedoin, sócio da Planam, e Ronildo Medeiros, empresário também integrante do esquema são importantes porque "fortalecem os depoimentos anteriores", e ajudam a confirmar o envolvimento dos parlamentares. O presidente da CPI dedicou o dia à leitura desses depoimentos e a atender parlamentares que lhe procuraram para se defender das acusações.

- Há muita gente chorando lá dentro - disse o vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

Sigilo

O deputado Fernando Gabeira anunciou que ingressará nesta quarta-feira (2) com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja liberado o conteúdo dos processos que correm naquela corte relacionados à "máfia das ambulâncias".

- Não há justificativa para o sigilo quando se trata de orçamento público manejado por homens públicos - opinou o deputado, que é a favor da divulgação de todas as informações na Internet.

01/08/2006

Agência Senado


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