MALAN DIZ QUE METAS DE EXPORTAÇÃO NÃO PODEM SER CUMPRIDAS A QUALQUER CUSTO
Apesar de não descartar a possibilidade do Brasil ampliar as exportações dos seus produtos agrícolas para US$ 100 bilhões nos próximos quatro anos, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, opinou que este objetivo não pode ser cumprido a qualquer custo, sem que sejam observadas outras questões da economia mundial. A explicação foi dada em resposta ao senador Osmar Dias (PSDB-PR), que quis saber do ministro se as metas do governo Fernando Henrique Cardoso deixariam de ser cumpridas após a elaboração do programa de ajuste fiscal.Osmar Dias questionou o ministro Malan sobre como compatibilizar as medidas de contenção de gastos com as metas, sobretudo às relacionadas com a agricultura. O senador pelo Paraná lembrou que as atuais medidas propostas pelo governo federal, entre elas o aumento da alíquota da CPMF e o aumento das taxas de juros, contribuem para a elevação dos custos de produção. O ministro respondeu ao senador que nunca tinha interpretado a meta de US$ 100 bilhões como algo que teria de acontecer, independente dos acontecimentos da economia mundial. - Obviamente o crescimento da taxa de exportações de um país não é um fenômeno decidido internamente, independentemente do que aconteça no mundo. Acho fundamental que tenhamos a maior taxa de crescimento possível das exportações, mas sem procurar estimulá-la de maneira artificial - sugeriu Malan.O ministro da Fazenda enumerou várias medidas que o governo está tomando para incentivar as exportações. Entre elas, ele citou a desoneração do ICMS, o ressarcimento do PIS e do Cofins e a criação da Agência de Seguro de Crédito à exportação. Malan também falou de mudanças estruturais como a redução de custos portuários e a melhoria do sistema de transportes, que tiveram como objetivo reduzir os custos e expandir as exportações.
29/10/1998
Agência Senado
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