MALDANER CONCLAMA O GOVERNO A ATENDER ÀS REIVINDICAÇÕES DOS AGRICULTORES
O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) destacou nesta terça-feira (dia 17), em plenário, as 13 reivindicações dos produtores rurais que promovem uma manifestação em Brasília. Entre elas, a destinação de R$ 15 bilhões ao custeio da safra 1999/2000, o fortalecimento da política de garantia de preços mínimos, a redução da taxa de juros do crédito rural de 8,75% para 6%, assim como a redução para 3% dos juros que incidem sobre os recursos do programa de apoio à agricultura familiar (Pronaf). Maldaner reconheceu, porém, que o problema maior do setor é o alto custo financeiro que lhe foi imposto, e que representa a raiz de seu atual endividamento. "Desde o Plano Collor, quando os produtos agrícolas foram reajustados em 30% e os custos financeiros em 70%, a agricultura vem sofrendo com o alto custo do dinheiro. No Plano Real, veio o câmbio sobrevalorizado e os juros intoleráveis".O senador por Santa Catarina se declarou "emocionado", com o caráter ordeiro e pacífico da manifestação gigantesca. "Os gritos de "Acorda Brasil" e a "Esplanada também é nossa", demonstram bem que a necessidade maior da agricultura é de uma política definida, que proteja o produtor, como acontece nos Estados Unidos e na Europa".Em apartes, os senadores Maguito Vilela (PMDB-GO), Carlos Patrocínio (PFL-TO) e Arlindo Porto (PTB-MG) concordaram com o expositor. Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), "não é possível aceitar que o governo elabore, com celeridade, um programa de socorro aos bancos como o Proer, e não tenha condições de dialogar com os produtores rurais apresentando-lhes uma proposta viável".Também em aparte, o senador Blairo Maggi (sem partido-MT) garantiu que os números que o governo apresenta sobre a dívida do setor rural estão errados. "Ninguém quer perdão nem acobertar caloteiros. A dívida cresceu em função dos planos econômicos. Há algo errado com um país quando um único banco, o Itaú, lucrou nos últimos seis meses mais do que toda a agricultura de soja, que produz 31 milhões de toneladas, gerando 1,5 milhão de empregos", concluiu.
17/08/1999
Agência Senado
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