Mão Santa condena pressa na análise das reformas



O senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou nesta sexta-feira (3) a pressa com que as propostas de emenda à Constituição que alteram a Previdência Social e o sistema tributário nacional estão sendo analisadas no Senado. O fato é ainda mais lamentável, na opinião do senador, porque a reforma da Previdência, a seu ver, é -inconseqüente- e amplia as desigualdades no país.

- A Constituição brasileira, de 1988, já tem 46 emendas. Isso é brincadeira. Chega à irresponsabilidade um Senado se apressar, ser subserviente. Uma emenda constitucional é para durar um século, no mínimo dez anos - analisou Mão Santa.

Ele usou argumentos históricos para registrar que, desde a Grécia antiga, o Senado é o local dos mais velhos, dos conselheiros mais experientes e que deveria ser tratado e se portar dessa maneira. Para ilustrar sua opinião, o senador destacou ainda que a Constituição dos Estados Unidos, de 1791, foi emendada apenas 20 vezes desde então.

Na opinião de Mão Santa, da maneira como está sendo feita, a reforma da Previdência chega a ser contrária à Constituição, pois amplia as desigualdades sociais, relegando o servidor público a uma situação inferior. O senador recordou discurso de Afonso Arinos em 1954, que identificou um -mar de lama- no governo de Getúlio Vargas, pouco antes do suicídio do ex-presidente, para retratar a realidade brasileira.

- Faço minhas as palavras de Afonso Arinos. Será mentira o desemprego? A violência? O desmonte do serviço público? Os ataques, as infâmias que estão fazendo ao servidor público, satanizando-o? - questionou.

Finalmente, Mão Santa denunciou que as unidades de nefrologia e hemodiálise que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não recebem repasses de recursos desde junho, comprometendo o atendimento à população.

O senador Efraim Morais (PFL-PI) elogiou o discurso de Mão Santa por acreditar que a reforma da Previdência é injusta com os servidores e ainda representa um confisco aos aposentados.



03/10/2003

Agência Senado


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