Mão Santa critica decisão do PMDB de fechar questão pela CPMF
Em pronunciamento nesta quinta-feira (8), o senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou a decisão do PMDB de fechar questão para a aprovação da proposta de Emenda à Constituição (PEC) 89/2007, que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) até dezembro de 2011. A decisão foi tomada em reunião da bancada do partido, realizada na quarta-feira (7).
- Essa CPMF é de quatro em quatro anos, eu já votei nela em 2003. Correu o 'mensalão', correu ministério, correu obra, correu emenda. Agora, de novo. É igual à Copa do Mundo, de quatro em quatro anos, o campeonato da malandragem, da safadeza, da traquinagem - disse Mão Santa.
Em seu discurso, Mão Santa classificou como mentirosa a alegação de que o dinheiro da CPMF seja aplicado em saúde, tendo em vista a existência de filas, a ocorrência de óbitos por conta do atendimento precário, a carência de assistência e de novos hospitais no país. O senador também apontou contradição entre o caráter provisório da contribuição e a vigência permanente do tributo.
Mão Santa também lamentou a ocorrência atual de casos de doenças que já haviam sido controladas e ressurgem atualmente no país, como malária e tuberculose. Segundo ele, a dificuldade de acesso à saúde prejudica a população mais pobre e aqueles que não têm condições de bancar gastos em clínicas particulares.
- A medicina está boa para quem tem dinheiro, para quem tem plano de saúde, para nós, senadores. É toda hora: quer ir para São Paulo? O povo sofre - afirmou.
Ao final de seu pronunciamento, Mão Santa elogiou a relatora da PEC 89/2007, senadora Kátia Abreu, que já se manifestou favoravelmente à extinção do tributo.
- Essa Kátia pode ser a presidente. Deus não ia nos abandonar. Botou para ser relatora uma mulher. Mulher é verdadeira, é mais corajosa, é mais decente. No grande drama da humanidade, a crucificação de Cristo, todos nós falhamos: Anás, Caifás, Pilatos, políticos como nós - concluiu.
08/11/2007
Agência Senado
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