Mão Santa critica política de atendimento à saúde mental
O senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou nesta quinta-feira (8) a política do governo brasileiro de atendimento à saúde mental. O senador leu carta da Federação de Doentes Mentais do Brasil, que responsabiliza a política de reforma psiquiátrica antimanicomial do Ministério da Saúde pela redução no número de internações psiquiátricas e consequente morte de doentes pelo país.
O senador citou como exemplo seu estado, o Piauí, onde, de acordo com dados do Datasus, o número de óbitos por transtornos mentais e comportamentais cresceu de 25 em 1997 para 264 em 2007 - um aumento de 956%. Lá, disse Mão Santa, o Sanatório Meduna está ameaçado de fechamento.
- O sanatório recebe R$ 28,7 de diária por paciente. Precisa fornecer quatro refeições, remédios, roupas e atendimento psicossocial e terapêutico. Tem registrado déficit mensal de R$ 70 mil. O hospital padrão de psiquiatria do Nordeste vai fechar - lamentou.
O senador acrescentou que o Sanatório Meduna abriga atualmente 200 pacientes, a maioria sem família.
Em aparte, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) disse não ser contra a política de desospitalização dos portadores de transtornos mentais, mas alertou que há casos mais graves que demandam um atendimento mais especializado.
- Não podemos deixar pessoas sem família sem assistência. Alguns casos realmente precisam de um hospital com uma boa estrutura - disse.
08/10/2009
Agência Senado
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