Marco Maciel destaca amadurecimento do eleitor brasileiro



O senador Marco Maciel (PFL-PE) fez algumas observações nesta terça-feira (3) sobre o que chamou de "day after das eleições". Ele assinalou o amadurecimento do eleitor brasileiro, constatado pela queda nos índices de abstenção e de voto nulo.

- Os brasileiros não se omitiram. Temos o terceiro maior eleitorado do mundo, mas não deixamos de continuar aprimorando a prática democrática - afirmou.

Marco Maciel disse que o comportamento eleitoral do primeiro turno das eleições também o faz pensar no dia seguinte ao segundo turno. Para ele, a primeira idéia deve obrigatoriamente ser discutir e votar a reforma política, que Maciel prefere chamar de reformas institucionais por abranger mais e maiores questões que igualmente precisam ser revistas.

O senador salientou que os fatos recentes, como o caso do dossiê contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, que seria comprado por petistas mostram "a necessidade de dar prosseguimento a essas reformas". Dentre elas, Maciel destacou o aperfeiçoamento do processo eleitoral, a regularização da prática do lobby, a modificação do instituto das medidas provisórias, a descentralização da federação e a remoção das tensões existentes no relacionamento entre os poderes.

- As instituições republicanas estão em risco. Um país como o nosso não pode ser governado a partir de uma instância central - alertou.

Em relação à prática do lobby, Maciel disse que se referia ao jogo de pressões praticados legitimamente por grupos dentro da democracia. Ele lembrou que apresentou em 1989 um projeto sobre o assunto, que foi aprovado no Senado e se encontra desde 1990 na Câmara dos Deputados aguardando apreciação. O senador fez um apelo para que o projeto seja colocado urgentemente na ordem do dia para ser votado.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse, em aparte, que seja quem for o próximo presidente da República, a reforma política deve ser priorizada. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que a reforma política aprovada pelo Senado foi "tímida e ainda é permissiva à prática da fraude, à compra de votos, à utilização ou à influência do poder econômico nas eleições".

- O Tribunal Superior Eleitoral teve uma grande participação, nesta eleição, na conscientização de que a compra de votos, a boca-de-urna, tudo o que vicia as eleições é proibido por lei. Entretanto, não vamos cometer o equívoco de afirmar, romanticamente, que não houve compra de votos e fraude nesta eleição, apesar do esforço realizado pelas instituições que lutam pela transparência nas eleições, como a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], a CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] e o Ministério Público - afirmou.

03/10/2006

Agência Senado


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