Marco Maciel pede que novo governo dê atenção à segurança pública




O senador Marco Maciel (DEM-PE) pediu em Plenário, nesta quarta-feira (4), que a futura administração federal dê prioridade à questão da violência, de modo a garantir o desenvolvimento do país. O parlamentar salientou a necessidade de um planejamento para o combate à criminalidade, com uma atuação conjunta com as autoridades estaduais e municipais e também com a colaboração de equipes multidisciplinares.

O parlamentar citou o sociólogo, filósofo e político alemão Ralf Dahrendorf, segundo o qual "não teremos segurança ou liberdade, a menos que as pessoas, em todas as aldeias e cidades do mundo, sejam cidadãos". Citou também o filósofo espanhol Ortega y Gasset, para quem "a clareza é a cortesia do filósofo", para acrescentar que essa cortesia tem de ir ao encontro da cidadania e que esta só é atingida com "o tratamento adequado de questões como segurança, educação, saúde e transporte coletivo". Essas questões, para o senador, são "fundamentais para o resgate da cidadania plena que tanto almejamos e trabalhamos para legar à sociedade brasileira".

Marco Maciel também citou o pensador austríaco Hans Kelsen, segundo o qual "uma sociedade democrática é aquela que convive com o estado partidário". Com isso, acrescentou, o pensador quis dizer que "só é possível haver uma verdadeira democracia quando se tem partidos fortes, estruturados, que expressam as ideias e as ideologias dos seus respectivos programas partidários".

Esse reforço das instituições sociais, como os partidos, foi encontrado por Marco Maciel também no cientista político italiano Norberto Bobbio, o qual observou que "muitas vezes, nós nos preocupamos em investir, cada vez mais, nas pessoas, quando, na realidade, devemos também nos preocupar em investir nas instituições".

- No país em que há instituições sólidas, o processo democrático transcorre sem problemas e assegura a todos os seus cidadãos condições de vida, de paz, numa sociedade que queremos cada vez mais justa e mais pacífica também - afirmou o parlamentar.

O senador lembrou ainda que o tema da violência já estava presente no lema do papa Pio XII, opus justitae pax (a justiça é obra da paz). De acordo com o parlamentar, não se pode separar, de um lado, a criminalidade e, de outro, a desigualdade.

Marco Maciel lembrou que o governo federal tinha como objetivo, em 2007, baixar a média brasileira de assassinatos dolosos para 12 mil ao ano, mas em 2009 essa média continuou em 25 mil mortos. O senador, porém, ressaltou o contraste com a queda dos homicídios dolosos em São Paulo em 10,9%, no mesmo período. Segundo o senador, a queda da criminalidade foi ainda maior na cidade de São Paulo, "o que comprova o êxito daquelas administrações estadual e municipal também nesse campo".



04/08/2010

Agência Senado


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