Marcon diz que relatório do Exército sobre MST é paranóico e fantasioso



O deputado Dionilso Marcon (PT) não se surpreendeu com a reportagem publicada, nesta quarta-feira, 15 de agosto, no jornal Folha de São Paulo sobre a espionagem política ao MST. “Não é novidade nenhuma. Estamos acostumados a identificar arapongas em nossas atividades, que não são apenas do Exército, mas da Polícia Militar também, através da P2”, frisa o parlamentar. Conforme a reportagem, o Exército espiona o MST desde 1998, através da chamada “Operação Pescado”, financiada com verbas públicas. “O governo FHC sempre usou a polícia e o Exército para reprimir os trabalhadores e os movimentos populares. Em 95, botou as tropas militares em cima dos petroleiros em greve. No ano passado, promoveu uma violenta repressão aos manifestantes contrários às comemorações do 500 anos em Porto Seguro”, lembra o parlamentar. Para o petista, a arapongagem do Exército seria muito mais útil se fosse voltada à investigar a corrupção no governo federal. “Enquanto eles espionam os trabalhadores, deixam livres para agir verdadeiras quadrilhas que desviam bilhões dos cofres públicos”, aponta. Marcon considera os relatórios do Exército sobre as atividades do MST, publicados pela Folha, são fantasiosos e beiram à paranóia. “Trata-se de uma peça digna dos anos de chumbo da ditadura militar, que deve ter sido produzido por algum lunático, sem qualquer vínculo com a realidade”, dispara, referindo-se ao documento que afirma que o MST, a CUT e o PT criaram uma brigada paramilitar. Marcon lamenta que a cegueira ideológica impeça que os arapongas vejam que as organizações paramilitares do campo são comandadas pelo grandes latifundiários, que contam com verdadeiros arsenais composto, inclusive, de armas de uso exclusivo das forças armadas. O petista defende a aprovação imediata do projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e que transfere para a esfera federal o julgamento de crimes contra os direitos humanos. “Só assim poderemos reduzir a impunidade, ainda mais que agora veio à tona a participação do Exército no Massacre de Eldorado de Carajás”, conclui.

08/15/2001


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