Marcos Guerra quer tornar "empreendedorismo" disciplina escolar
O senador Marcos Guerra (PSDB-ES) apresentou projeto de lei para incluir o "empreendedorismo" - capacidade de realizar e inovar - como componente curricular dos Ensinos Fundamental e Médio. O objetivo da proposta é o de preparar os alunos, desde cedo, para lidar com conceitos como busca de oportunidade e iniciativa, bem como para desenvolver disposição de enfrentar desafios e riscos calculados.
Pelo projeto (PLS 273/06), os sistemas de Ensino Fundamental e Médio teriam dois anos, a partir da aprovação da proposta, para cumprir a inovação curricular que pretende desenvolver cidadãos com atitude empreendedora. Na avaliação do autor da proposta, essa característica de comportamento é muito exigida atualmente, tanto para os que optarem futuramente pela abertura de um negócio próprio, como também para aqueles que vierem a buscar uma chance no competitivo mercado de trabalho.
Em sua justificação, Marcos Guerra argumenta que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou, em seu relatório de 2005, que os brasileiros com idade entre 16 e 24 anos são os mais atingidos pelo desemprego, que chegou a 31,28% nessa faixa etária, contra um índice de 12,76% registrado entre os trabalhadores com 25 anos ou mais.
Para sanar essa dificuldade, o senador acredita que incluir conceitos básicos de "empreendedorismo" nos currículos dos Ensinos Fundamental e Médio pode direcionar o conhecimento para uma melhor realização do potencial de cada um dos alunos. As experiências desse campo do saber, segundo apurou Marcos Guerra, revelam que diversas competências ligadas à valorização do potencial empreendedor podem ser adquiridas e estimuladas no meio escolar.
"É fundamental eliminar o hiato hoje existente entre a escola e o mercado de trabalho. O sistema escolar não deve perder de vista seus objetivos essenciais de formar cidadãos e propiciar-lhes uma sólida formação nas áreas básicas de conhecimento, mas precisa, também, adaptar-se às novas condições de um mundo em constante e rápida transformação tecnológica e social", explica o senador.
O projeto aguarda recebimento de emendas na Comissão de Educação, onde tramita em decisão terminativa.
18/10/2006
Agência Senado
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