Maria do Carmo alerta para juros abusivos



A senadora Maria do Carmo (PFL-SE) conclamou o governo a encontrar nova combinação de medidas de política econômica para garantir a estabilidade da moeda e os investimentos, sem prejudicar a economia do país e a sociedade com a prática de juros abusivos.

- Segundo dados publicados no jornal da Associação dos Servidores do Senado, quem depositou R$ 100,00 na caderneta de poupança em julho de 1994, quando teve início o Plano Real, tem hoje R$ 374,34 na conta. Quem, por outro lado, ficou devendo R$ 100,00 no cheque especial, tem hoje uma dívida de R$ 139.254,82. Isso é estarrecedor - afirmou.

Maria do Carmo explicou que essa diferença, considerada espantosa por ela, deve-se ao fato de o rendimento da poupança ter sido, em média, de 1,41% ao mês, enquanto a taxa de juros do cheque especial ter alcançado, em média, 8% ao mês. A política é do governo mas este lucro imenso é apropriado pelos bancos, que escapam do imposto de renda, como atestam seus balanços anuais, garantiu.

Para a senadora por Sergipe, a atual política de juros beneficia os bancos e endivida o país como um todo, dificultando a produção interna e as exportações. O Plano Real trouxe a queda da inflação, afirmou, mas também provocou aumento de 5% para 7% na taxa de desemprego, déficit na balança e recuo da participação brasileira no comércio mundial.

O dado mais preocupante diria respeito à dívida interna, que aumentou em R$ 400 bilhões entre 1994 e 2001, drenando bilhões de reais em juros, e limitando a níveis muito baixos as disponibilidades orçamentárias para setores estratégicos.

01/08/2001

Agência Senado


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