MARIA DO CARMO PEDE ACELERAÇÃO DA QUEDA DOS JUROS E APOIO À AGRICULTURA



Na avaliação da senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE), o Brasil não está em condições de concorrer com países que praticam juros baixos. Com essa avaliação, ela pediu nesta sexta-feira (dia 18), em plenário, que o governo acelere a redução das taxas de juros e priorize a agricultura e demais setores produtivos.- Urge acelerar a queda de juros para podermos alavancar a economia através dos empresários brasileiros. O futuro do nosso país está em uma política desenvolvimentista que gere emprego e renda e não na malfadada política monetarista que vive da recessão e do desemprego - disse a senadora.Para ela, as altas taxas de juros só contribuíram para entravar a atividade econômica e gerar um "exército de desempregados". As reduções nos juros promovidas recentemente provaram que o país, em vez de assistir à redução nos investimentos internos e à volta da inflação, tornou a crescer, sem aumento de preços ou evasão de capitais.- Nenhum país pode ter a esperança de crescer na dependência de capitais especulativos que não têm compromisso humano ou social. Esses capitais geraram inúmeras tragédias no plano social, contribuindo para transformar as economias dos países emergentes em verdadeiros cassinos - avaliou Maria do Carmo.Com a prática de juros altos, continuou a senadora, o Brasil chegou "ao absurdo" de dever praticamente metade do que produz em um ano, num cenário em que o pagamento de juros anuais alcançou cifra superior ao valor total da dívida pública há cinco anos, mesmo depois da venda de grande parte das estatais.- Coube ao setor financeiro o privilégio de cobrar juros altíssimos, enquanto que a agropecuária estoicamente sustentou preços mínimos para garantir o valor da cesta básica - afirmou.A senadora analisou a crise do setor sucroalcooleiro e da citricultura em Sergipe. Dizendo que o estado poderia ter gerado milhares de empregos com a utilização correta dos US$ 400 milhões arrecadados com a privatização da Energipe.- Caso tivéssemos investido esses recursos em irrigação, poderíamos ter gerado 120 mil empregos permanentes, no segundo maior pólo de alimentos do Nordeste. Mas, em vez disso, os recursos foram dilapidados em obras eleitoreiras, sem visão social - criticou.

18/06/1999

Agência Senado


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