MARIA DO CARMO COBRA DECISÃO POLÍTICA PARA SECA NORDESTINA



MARIA CARMO COBRA DECISÃO POLÍTICA PARA SECA NORDESTINA

A chegada da seca no sertãosergipano levou a senadora Maria do Carmo (PFL-SE) a questionar por que, na entrada donovo milênio, os governos do país não assumem uma solução permanente para o problemada seca no semiárido nordestino. Ela cobrou uma "firme decisão política"sobre o assunto, à semelhança da que foi tomada em relação ao oeste americano, àÍndia, à China e a Israel, entre outros.

Segundo disse, com a posse de "um intelectual idealista" como presidente, voltoua esperança de que as teses de combate às desigualdades prevaleceriam. Os nordestinos,afirmou, ressabiados pelas decepções de tantas promessas e juramentos descumpridos,perguntavam-se se o novo presidente seria um verdadeiro líder, "que planeja para aspróximas gerações ou será apenas um político menor, que se preocupa tão-somente comas próximas eleições".

Para Maria do Carmo, é triste e frustrante, mas é necessário constatar que pouco mudouno Nordeste em relação à seca, comparativamente ao que ocorria há cem anos. Continuamfaltando políticas permanentes, apesar de, em 1907, Euclides da Cunha ter insistido que aseca nordestina seria "o único fato de toda a nossa vida nacional ao qual se possaaplicar o princípio da precisão". E continuam, acrescentou a senadora, as medidaspaliativas e humilhantes das "vergonhosas e inúteis escolas das frentes deemergência".

- Por que nossos sertanejos continuam a ser tratados como uma sub-raça? – cobrouela.

É tão grave o descaso federal em relação aos sertanejos, na opinião da senadora, quepoucos se dão conta do verdadeiro genocídio decorrente da seca. "Recentes pesquisasextremamente conservadoras dão conta de que nos últimos 150 anos as secas foramresponsáveis no mínimo pela morte de três milhões de nordestinos", disse. Onúmero não abarca os retirantes que morreram nos seringais da Amazônia.

No mesmo diapasão, o senador Edison Lobão (PFL-MA) afirmou que "só a mão deDeus" vai resolver o problema da seca, pois "parece que há uma máquinademoníaca nos ministérios, que não permite uma tomada de decisão sobre oNordeste". Ele relatou que, no governo de João Figueiredo, este determinou aimplementação de 22 de 28 medidas contra a seca: "Nenhuma delas foi cumprida pelosministros dele".



27/11/2000

Agência Senado


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