Maria do Carmo defende reforço da vazão e revitalização do Rio São Francisco



Em vez da transposição de águas, o reforço da vazão e a revitalização do Rio São Francisco. Essa é a proposta defendida pela senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE), entusiasta de uma solução de aproveitamento ecológico para barrar o atual processo de deterioração do curso do rio. "Sem o vigoroso reforço da vazão, não se poderia viabilizar um plano mínimo de revitalização eficiente e irreversível do rio, nem muito menos se cogitar uma obra racional de transposição de suas águas", sustentou.

Embora reconheça o "nobre" propósito de equacionar a escassez de recursos hídricos da região, Maria do Carmo disse que o projeto de transposição de águas do São Francisco, elaborado pelo Ministério da Integração Nacional, apresenta falhas técnicas, além de não coincidir com os interesses das comunidades envolvidas e dividir a opinião dos nordestinos. Diante desse quadro, a senadora considera que o ponto de partida deve ser o reforço da vazão do rio, já enfocada em duas propostas: transposição das águas do Rio Tocantins ou dos afluentes do próprio São Francisco e dos Rios Paraná e Tocantins.

Segundo Maria do Carmo, a segunda alternativa tem-se mostrado mais viável, pois seria menos onerosa e, apesar de levar de dez a 15 anos para ser concluída, produziria os primeiros efeitos a curto prazo. Entre os benefícios listados, destacam-se a viabilização de 106 pequenas e médias hidrelétricas capazes de dobrar a capacidade energética gerada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf); a elevação da área irrigável do São Francisco de 800 mil para mais de 2,4 milhões de hectares; a criação e recuperação de hidrovias ao longo do rio; e a revitalização de mais de 70 lagoas utilizadas na piscicultura.

Além da implementação dessas propostas, a senadora pefelista acredita ser indispensável o reflorestamento das margens do São Francisco, o combate às causas da erosão, o desassoreamento da calha do rio e a remoção das ilhas de areia. Maria do Carmo defendeu a construção da Hidrelétrica Pão de Açúcar, "desde que acompanhada de um projeto de proteção ambiental e de apoio à população residente nas margens do rio". E reiterou: "um imediato e vigoroso aumento na vazão das suas águas é condição sem a qual não se poderá fazer uma revitalização tecnicamente correta, capaz de corrigir as crescentes mazelas atuais e, sobretudo, reverter a ameaça de morte parcial do Velho Chico".

09/04/2001

Agência Senado


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