Maria do Carmo protesta contra feriadões nos estados nordestinos



A senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) protestou contra a decisão do governo federal de impor feriados semanais aos estados nordestinos como medida destinada à economia de energia elétrica. Ela comentou que a medida impõe prejuízos à região, já que fábricas deixarão de produzir, o comércio venderá menos, o Produto Interno Bruto (PIB) diminuirá e o desemprego deverá aumentar. A senadora responsabilizou o governo Fernando Henrique Cardoso pela crise energética que atinge o país.

- O Nordeste, que já é a região mais pobre do Brasil, aquela que abriga mais da metade da miséria absoluta nacional, estará, este ano, por culpa exclusiva de erros estratégicos do presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda mais distante do padrão de desenvolvimento de suas coirmãs mais desenvolvidas do Sul e Sudeste. Isto é, a profunda desigualdade regional brasileira, que já é a maior dentre todas as modernas nações do mundo, será ainda mais agravada - afirmou a parlamentar.

Segundo Maria do Carmo Alves, diferentemente da versão oficial do governo, a crise energética não é decorrente de um fenômeno da natureza: a falta de chuvas. Para ela, essa é uma explicação falsa, já que considera a verdadeira causa "um imperdoável erro administrativo".

No entendimento da senadora por Sergipe, o problema foi gerado por uma visão "ensandecida" de tecnocratas que seguem uma política econômica monetarista. Essa política, afirmou, "sacrifica todo o setor produtivo nacional em prol da busca de um superávit fiscal a qualquer preço".

Maria do Carmo também negou ter sido um erro estratégico o Brasil investir prioritariamente no aproveitamento da energia das hidrelétricas. Assinalou que esta é a energia mais barata e menos poluente de todas as conhecidas. Ela registrou ainda ser falsa a justificativa de que o parque hidroenergético brasileiro deixa o país em condições frágeis nos anos de seca.

- O sistema foi concebido para resistir até cinco anos de poucas chuvas - lembrou.

A senadora criticou os financiamentos vantajosos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que atraíram o capital estrangeiro para investirem na compra das distribuidoras de energia já existentes no Brasil, em detrimento da construção de novas hidrelétricas.

- As empresas de distribuição energética, agora quase todas em mãos do capital externo, se dão ao desplante de pressionarem o governo para aumentar as tarifas, a fim de serem compensadas pelos supostos prejuízos causados pelo racionamento - criticou.

22/10/2001

Agência Senado


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