MARINA COMENTA DEVASTAÇÃO NA AMAZÔNIA



A senadora Marina Silva (PT-AC) afirmou hoje (dia 27) que o governo não tem adotado na Amazônia uma política de desenvolvimento compatível com sua preservação, ao comentar o relatório do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) sobre a devastação na Amazônia Legal.

Além disso, lamentouque, das 13 medidas anunciadas pelo governo para proteção ambiental, apenas duas podem ser encaminhadas imediatamente: implantação de programas de florestas nacionais e proteção de 100% de áreas da Amazônia.

Marina Silva disse que os cientistas daquele instituto "estão de parabéns" e que se algo existe para ser comemorado é o trabalho desses especialistas. A senadora destacou que, dispondo de recursos insuficientes e pressionados pelo tempo, eles conseguiram realizar a tarefa de análise de 229 imagens de satéliteque mostram a devastação da Amazônia em 95 e 96.

De acordo com o informe do INPE, apontou Marina, o ano de 95 foi um ano recorde na devastação da floresta amazônica, tendo sido destruídos29.054 km2 de florestas. Em 96, a devastação atingiu 18.170 km2.

- No governo Collor tivemos a devastação de 12.062 km2 e no de Itamar Franco, de 14.896 km2. No atual governo estamos apresentando para o mundo e para a sociedade uma cifra de 23.600 km2", lamentou Marina Silva, assinalando que "as fotos dos satélites alcançam apenas o corte raso, pois a tecnologia de que o país dispõe não permite avaliar o corte seletivo de madeiras".

A senadora comentou matérias publicadas hoje (dia 27) por alguns jornais do país sobre a redução da floresta Amazônica, para afirmar que "não é insignificante o número revelado de que no atual governo houve uma devastação equivalente a 11% do total desmatado desde o descobrimento do Brasil". O jornal Folha de S. Paulo informou que nos últimos 2 anos devastou-se uma área equivalente ao estado do Espírito Santo e O Globo informou que a área devastada chega a 60.257 km2, o equivalente a uma Suíça e meia, comentou a senadora.

Marina Silva ressalvou, entretanto, o caráter preliminar de suas observações, tendo em vista que esta é a primeira vez que estão sendo colhidos dados referentes a 100% do território da Amazônia.

Em aparte, o senador Ernandes Amorim (PPB-RO) discordou da análise apresentada pela senadora Marina Silva, ponderando que os dados divulgados pelo INPE revelam uma redução da área devastada nos últimos anos. Ele lamentou, no entanto, que as denúncias feitas a respeito da atuação das madeireiras asiáticas na região "ainda não repercutiram no governo federal.



27/01/1998

Agência Senado


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