Marina lembra Dia do Meio Ambiente com críticas ao governo e a Bush



O Dia Mundial do Meio Ambiente está sendo comemorado nesta terça-feira (dia 5) sob a égide do racionamento de energia elétrica, que começa nesta semana, coincidência que a senadora Marina Silva (PT-AC) disse em pronunciamento ao Plenário ser apropriada, por revelar a crise de energia como indicador da falta de pensamento estratégico do governo, que, por sua vez, está exemplificada na política de meio ambiente. De acordo com a senadora, o governo não tem um efetivo projeto de desenvolvimento para o país.

- Um projeto consistente deveria necessariamente estar baseado no uso inteligente de nosso incomparável patrimônio de recursos naturais para garantir energia, comida, emprego e crescimento. Ao contrário, tratando nossos problemas de desenvolvimento como partes estanques e tendo como guia as imposições do FMI, o governo fez o país desembocar de modo traumático nessa crise de energia - afirmou.

Marina Silva disse que é preciso reconhecer que a matriz energética brasileira está baseada nas fontes hidráulicas, que respondem a 86% do consumo de energia. Ela frisou que isso deveria obrigar o país a cuidar melhor do seu patrimônio, combatendo os desmatamentos e procurando diversificar a matriz energética com base em outros recursos abundantes, como a exposição solar, os ventos, a biomassa e o biogás.

Essas e outras propostas foram sugeridas pela senadora aos membros da Câmara de Gestão da Crise de Energia. Para Marina Silva, deve-se promover um aumento emergencial dos investimentos na pesquisa de fontes alternativas de energia e reforçar a pesquisa aplicada e a construção de plantas experimentais em energia eólica, solar, uso de biomassa e biogás.

Ela sugeriu ainda investimentos em alternativas permanentes de redução do consumo de energia elétrica, como a co-geração nas grandes unidades consumidoras e a prática generalizada da chamada conservação de energia. Para a parlamentar, é fundamental que as diferenças regionais sejam observadas nesse momento, que a redução linear de 20% no consumo tenha justificativa técnica mais clara e que se criem Câmaras de Cidadania para avaliação coletiva das diferenças de situação entre os cidadãos.

Marina Silva condenou também o fato de o presidente George W. Bush ter declarado que os Estados Unidos - campeão mundial de emissões poluentes - não assumirá os compromissos estabelecidos pelo Protocolo de Kyoto para a redução do efeito estufa. O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC), em aparte, cumprimentou a senadora pelo discurso.

05/06/2001

Agência Senado


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