MARINA SILVA DEFENDE REFORMA AGRÁRIA ESPECÍFICA PARA A REGIÃO AMAZÔNICA
A senadora Marina Silva (PT-AC) defendeu hoje (dia 22) uma reforma agrária específica para a Amazônia, levando em conta as especificidades da região. Ela fez o comentário em virtude de reportagem publicada hoje (dia 22) na Folha de S. Paulo mostrando que o aumento dos desmatamentos na Amazônia está associado aos assentamentos feitos pelo governo na região.
- Há muito tempo, dizíamos às autoridades do governo que a reforma agrária na Amazônia deveria ser particular, por causa dos seus diferentes ecossistemas e com uma população de costumes e práticas completamente diferenciados do Sul do país. E concebemos a idéia dos projetos de assentamentos extrativistas, em vez de projetos de colonização - disse.
Conforme Marina Silva, os assentamos extrativistas consideram as demarcações geográficas nos termos dos antigos seringais, e a valorização das áreas se dá mediante a quantidade de rios, de caça, de pesca, entre outros fatores, para uma exploração racional desses recursos naturais, de acordo com critérios de sustentabilidade.
- Dessa forma, não estaríamos derrubando a cobertura vegetal de forma indiscriminada para plantar arroz, feijão e milho, que, embora sejam importantes para a subsistência, não têm como competir comercialmente com a produção no Centro-Oeste - afirmou.
De acordo com a senadora, estudos feitos pelo governo, apontam que os assentamentos extrativistas, da forma como foram concebidos, "sem técnica, sem assistência adequada, sem orientação e sem as mínimas condições para a agricultura", constituem-se apenas em mais um foco de destruição da floresta amazônica.
- Os poucos assentamos extrativistas que foram criados não contam com o devido apoio do governo, e essa seria a alternativa mais correta, não porque saiu da cabeça de iluminados, mas sim daqueles que convivem secularmente com a floresta, que são os caboclos, os índios e os ribeirinhos - salientou Marina Silva.
22/01/1998
Agência Senado
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