Marinor defende direitos dos pequenos acionistas da Telebrás




Em discurso nesta terça-feira (15), a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) pediu que os senadores investiguem a reativação da Telebrás. De acordo com ela, os antigos pequenos acionistas da estatal estão sendo prejudicados com uma manobra que recalculou a quantidade de ações da empresa, agora que ela foi reativada.

Entre 1975 e 1995, todo cidadão brasileiro que adquiria uma linha telefônica fixa da Telebrás era obrigado a comprar ações da estatal para contribuir para o plano de expansão dos serviços da empresa. Nesse período, milhões de brasileiros tornaram-se pequenos acionistas da Telebrás (com média de 4 a 5 mil ações por pessoa).

- São milhões de brasileiros detentores de um pedacinho dessa estatal e muitos nem sabem que o são - disse.

Quando da privatização do setor de telecomunicações brasileiro, em 1998, essas ações perderam seu valor drasticamente, continuou Marinor.

- As ações perderam valor e passaram a valer menos do que os papéis onde elas estavam impressas - acrescentou.

Durante seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu reativar a Telebrás para implantar o chamado Plano Nacional de Banda Larga.

- Do anúncio dessa decisão até o ano passado, as ações da Telebrás se valorizaram em 16.932%. Para este ano, o mercado acionário estima uma valorização de 40%. Ou seja, a Telebrás virou um potencial que alguns chamam de mina de ouro - afirmou.

Entretanto, denunciou a senadora, o governo realizou uma "matemática perversa", transformando antigos lotes de 10 mil ações em apenas uma ação, o que prejudicou os pequenos acionistas que tinham menos de 10 mil ações e que passaram a não ter nenhuma.

- Sem que tenha recebido comunicação formal em suas residências, sem que tivessem condições de se adequar à nova realidade, esses milhões de brasileiros se viram vítimas dessa matemática que só interessa ao grande capital - declarou.



15/02/2011

Agência Senado


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