Mário Couto critica Ana Júlia e diz que o Pará 'caminha para trás'



Em pronunciamento nesta quinta-feira (19), o senador Mário Couto (PSDB-PA) voltou a criticar a administração da governadora Ana Júlia Carepa (PT) e disse que o Pará "caminha para trás". Ele lembraou decisão do Tribunal de Justiça do estado que, no último dia 17, por 20 votos a 1, decidiu que há razões para uma intervenção federal no Pará. A Justiça decidiu ainda encaminhar sete ações de produtores rurais ao Supremo Tribunal Federal (STF), que analisará o caso.

- Não tenho dúvida que o Supremo acatará - afirmou.

A razão da intervenção é o descumprimento, por parte do governo de Ana Júlia Carepa, de ordens judiciais ao não executar mandados de reintegração de posse concedidos pela Justiça em favor de donos de fazendas ocupadas no Pará. O governo admite ter hoje 70 mandados a cumprir, de acordo com informações do Tribunal de Justiça do Estado.

A violência impera no Pará, tanto no interior do estado como na capital, onde 12 pessoas são assassinadas a cada fim de semana, disse Mário Couto. Ele acrescentou que "centenas de pessoas deixam de ser atendidas porque muitos hospitais fecharam e outros sequer abriram suas portas", embora estejam prontos para isto. As escolas públicas, segundo o senador, "funcionam sem condições, mesmo o governo federal assegurando esse direito aos governantes pelo Fundeb" [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação].

Mário Couto disse ainda que Ana Júlia Carepa "devia ser cassada ou então internada" por ter devolvido ao governo federal R$ 21 milhões em recursos que seriam aplicados na área de segurança e dos quais foram utilizados apenas R$ 1,7 milhão.

Mário Couto lembrou ainda a morte de 263 bebês ocorrida há dois anos na Santa Casa de Misericórdia, em Belém, e disse que ninguém foi punido pelo episódio. Criticou também o que considerou excesso de propaganda oficial na capital paraense, citando o anúncio "Pará, terra de direitos".

- Que direito, se o estado está sofrendo intervenção, os crimes acontecem e ninguém é punido? - questionou.

No Pará, disse Mário Couto, "as terras são invadidas e aqueles que invadem não podem ser tocados sequer". Atualmente, segundo ele, "se alguém quiser cometer um crime no Pará, comete o crime e corre para um acampamento de invasores, tudo sob a proteção da governadora". O senador disse que também não há dificuldades para quem quiser "invadir terra no Pará, queimar trator, queimar fazenda, matar boi e levar para onde quiser".

- Não é boa a intervenção no meu estado, mas como as coisas estão, não vejo outra alternativa para que se possa respeitar o cidadão paraense - concluiu.



19/11/2009

Agência Senado


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