Mário Quintana foi um poeta do cotidiano, diz Zambiasi



O senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) saudou, nesta quinta-feira (7), o centenário de nascimento do poeta Mário Quintana. Zambiasi tratou da vasta obra do artista gaúcho, publicada e premiada mundo afora, e de sua relação visceral com a cidade de Porto Alegre, capital do estado.

- Quintana foi um poeta do cotidiano. Não era nem pretendia ser um grande intelectual. Falava de sentimentos e impressões, das pequenas criaturas, da luz das tardes, da sua companheira, a lua. Falava, enfim, da magia imensa que há no mundo e que, por estar visível aos olhos de todos, todos os dias, acaba invisível, na faina do dia-a-dia - disse.

O senador lembrou que o poeta, que nasceu em Alegrete, na fronteira entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai, em 30 de julho de 1906, "fincou raízes em Porto Alegre", tornando-se patrimônio da cidade e confundindo-se com sua paisagem. Porto Alegre era "a cidade de seu andar". No poema O Mapa, citado por Zambiasi, ele diz que olha o mapa da cidade "como quem examinasse a anatomia de um corpo", e lamenta por aquelas ruas da capital que jamais conheceria.

Quintana ficou em Porto Alegre até o fim de sua vida. Faleceu em maio de 1994, aos 88 anos. Entre os livros legados pelo poeta, Zambiasi destacou Pé de Pião, Esconderijos do Tempo e Lili Inventa o Mundo.

Em aparte, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) observou que Mário Quintana é patrimônio nacional, e não apenas do povo gaúcho. Para ele, dentre todas as obras, a que mais se destaca não é literária, mas sim a luta do poeta pela não demolição do prédio do Hotel Majestic, hoje Casa de Cultura Mário Quintana.

- Quando se falou na sua demolição, Quintana cresceu, e, por meio de sua escrita ferina, contundente, tornou coletiva uma revolta que era individual, já que o Majestic era, para ele, motivo de recordações. Acho que é o maior bem que os gaúchos têm a preservar, num país que não tem memória, que destrói os seus prédios públicos e em que a história é jogada muitas vezes no lixo - afirmou Heráclito.

07/12/2006

Agência Senado


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