Marisa Serrano critica 'falta de habilidade' do governo na organização do Enem 2010




A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) criticou o governo federal, em discurso nesta terça-feira (17), pelas falhas na organização no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010. Para a senadora, ao permitir novos incidentes às vésperas da realização da prova e um ano após o vazamento ocorrido em 2009, o Ministério da Educação demonstra suas fragilidades e "testa a paciência de milhões de jovens".

Em 2010, mais de 4,6 milhões de estudantes se inscreveram no Enem, cujas provas serão realizadas em 6 e 7 de novembro. Porém, na semana passada, a Justiça suspendeu o pregão para contratação de serviços de impressão em condições especiais de segurança e sigilo. Marisa Serrano disse duvidar que seja possível manter o cronograma.

- Me parece difícil viabilizar essas provas nos dias 6 e 7 de novembro. Não tem a gráfica, os dois responsáveis pela elaboração do conteúdo estão com um aumento absurdo no preço, o que está deixando todo mundo intrigado. As pessoas ficam encabuladas, achando que alguma coisa de ruim está acontecendo. Como é que vamos fazer uma prova nos dias 6 e 7 de novembro com essas preocupações todas? - indagou.

A decisão de suspender o pregão ocorreu em atendimento a mandato de segurança, com pedido de liminar, impetrado por uma das empresas inscritas. A Gráfica Plural, de onde as provas do Enem foram roubadas no ano passado, alega ter sido excluída do processo licitatório pelo MEC antes que suas instalações fossem avaliadas, apesar ter apresentado o melhor preço.

Em 2009, dois homens tentaram vender uma cópia do exame ao jornal Estado de S.Paulo. A prova, inicialmente marcada para outubro, teve de ser suspensa. O exame só foi realizado em dezembro, o que impossibilitou sua utilização por grande parte dos vestibulares do país.

Outro provável problema apontado pela senadora diz respeito à demora na formalização do contrato com os responsáveis pela elaboração do conteúdo da prova. De acordo com ela, a Fundação Cesgranrio e o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe) foram escolhidos sem licitação para fazer a elaboração do conteúdo das provas.

- Além disso, é de se estranhar o aumento de 559% na cobrança pela prestação dos serviços. Em 2009 as duas instituições receberam 939 mil e 500 reais. Este ano, o valor pulou para mais de 6 milhões de reais. Quer dizer, alguma coisa está errada. Como é que houve esse aumento absurdo de um ano para o outro? - questionou.

A senadora Marisa Serrano disse ainda temer pelo prejuízo que todas essas incertezas podem causar à preparação dos estudantes.

- Eles ficam nervosos, vão fazer uma prova, é o seu vestibular, é o seu futuro que está em jogo - disse a senadora.

17/08/2010

Agência Senado


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