Marisa Serrano: "Estamos vivendo uma verdadeira era do improviso"



Apontando "as inquietações e dúvidas" que cercam as políticas adotadas nos últimos anos pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse, nesta quinta-feira (12), que as informações diárias sobre a realidade brasileira levam a crer que o país está vivendo "uma verdadeira era do improviso". Ela observou que o aspecto positivo dessa conjuntura é a possibilidade de separar avanços reais de conjecturas propagandísticas.

Marisa Serrano destacou como exemplo de consequência desse improviso a devolução, pelo governo brasileiro, de US$ 57 milhões ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que deveriam ter sido investidos em obras de infraestrutura distribuídas em cem municípios. O motivo alegado foi a incapacidade de gastar o dinheiro. Outro exemplo citado pela senadora foi a abertura de mais 34 embaixadas do Brasil no exterior, ao custo mensal de US$ 1 milhão.

A senadora sugeriu ao governo mais realismo e menos triunfalismo no gerenciamento de um quadro econômico em que o Produto Interno Bruto (PIB) e os investimentos privados estão em queda e a desconfiança dos consumidores está em alta.

Marisa Serrano disse ainda que é preciso "mais do que uma mãe" para ordenar e fazer convergir o conjunto de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na sua avaliação, seria necessária a formação de um gabinete técnico e estratégico de longa duração para dar conta do serviço.

- Acho que chegou a hora de o governo propor uma agenda positiva que convença pelo senso de realismo. Só não sei se há competência e clareza para utilizar os instrumentos econômicos criados no governo do PSDB para serem acionados no momento adequado, de maneira adequada e paralelamente aos desafios apresentados. O Brasil precisa neste momento de um estadista e não de um cabo eleitoral a promover festas e eventos fictícios nos palanques do país. Mas quem está preocupado com isso? - questionou.

Marisa Serrano propôs a intensificação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento dos pólos regionais que já existem e a criação de novos. Ela disse que o governo deveria olhar para o que está acontecendo em cidades como Uberlândia, Porto Velho, Palmas, Belém, São Luís, Campo Grande, Cuiabá, São José do Rio Preto e outros pólos de convergência de produção e riqueza. A senadora criticou a fragmentação de ações que deveriam estar focadas na desconcentração e repolarização do território nacional.



12/03/2009

Agência Senado


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