Marisa Serrano pede investimentos na qualidade da educação
Em discurso no Plenário nesta sexta-feira (17), a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) afirmou que o Dia do Professor, comemorado no último dia 15, "foi um dia de festa e de reflexão", e defendeu a necessidade de o país investir mais na melhoria da qualidade e na universalização do ensino. Na opinião da senadora, "a educação é fundamental para a existência de um povo que saiba respeitar limites contidos na lei, mas que saiba, principalmente, respeitar e a vida e construir um país mais justo e menos desigual".
Marisa Serrano acredita que um país com melhor estrutura educacional pouparia a população de lidar com condutas humanas que adjetivou como "inadmissíveis, bárbaras, doentias". Ela exemplificou com fatos ocorridos nesta semana: o assassinato do diretor do presídio Bangu III no Rio de Janeiro; a luta armada entre policiais civis em greve e policiais militares em São Paulo; e o seqüestro de uma adolescente em Santo André (SP), que já dura cinco dias.
Lamentando a pequena repercussão na mídia da comemoração do Dia do Professor, a senadora lembrou que a data representou uma mudança de rotina para 2,6 milhões de professores e 55,9 milhões de alunos, mas emissoras de televisão e jornais não espelharam isso. Temas como a crise financeira, as eleições norte-americanas e o segundo turno das eleições municipais no Brasil, apontou a parlamentar, dominaram o noticiário nos últimos dias 15 e 16.
A senadora pediu que, caso sejam feitos cortes orçamentários por conta da crise mundial, estes não ocorram na área da educação. Mas destacou que, mais importante do que manter o total de recursos, é usar bem o dinheiro disponível, investindo na melhoria da qualificação de professores e diretores.
Marisa Serrano cobrou ainda do governo mais rapidez na universalização do ensino básico e na erradicação do analfabetismo. Para ela, país nenhum chega ao desenvolvimento se não tiver a educação básica universalizada. A senadora informou que, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil ainda levará 25 anos para universalizar o ensino médio.
- Que todos nós, pais, professores e sociedade em geral, saibamos educar, acolher, acompanhar e cuidar dos nossos filhos e daqueles que necessitam de ajuda - disse.
Em aparte, o senador Adelmir Santana (DEM-DF) também lamentou a pequena repercussão na mídia da passagem do Dia do Professor. Em outro aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apoiou o pedido de Marisa Serrano de que o governo não corte recursos da educação para enfrentar a crise financeira mundial. Cristovam disse que tem conversado com parlamentares do governo para impedir que isso ocorra.
- Temo que a educação pague por um erro que é dos bancos. Se o governo fizesse isso, seria um tiro no pé - afirmou o senador.17/10/2008
Agência Senado
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