Marisa Serrano pede profunda reforma administrativa no Senado
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), em discurso nesta terça-feira (16), defendeu uma reforma administrativa profunda no Senado, argumentando que, caso contrário, os parlamentares nunca saberão o que se passa na Casa e a cada semana serão surpreendidos com novas denúncias de irregularidades. O inchaço da estrutura do Senado, que teria se tornado um "mastodonte", também foi criticado pela parlamentar.
Na avaliação de Marisa Serrano, se o presidente do Senado, José Sarney, e a Mesa da Casa não tomarem "providências sérias" com o objetivo de mudar a estrutura administrativa do Senado, "vai ficar difícil continuar a ter a simpatia, o respaldo e a confiança do povo brasileiro".
A senadora relatou encontros e caminhadas que realizou em seu estado no fim de semana e manifestou o seu constrangimento diante da desconfiança de pessoas amigas, que imputam aos parlamentares certa cumplicidade com os atos irregulares que ocorrem na instituição. Ela disse que não quer ser cúmplice de qualquer ato que possa denegrir a sua biografia ou a de qualquer senador, e que não pode, também, passar à opinião pública a idéia de que trabalha em uma Casa onde não se tem conhecimento "daquilo que se passa em suas entranhas".
Marisa Serrano informou que o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, senador Renato Casagrande (PSB-ES), sugeriu a ida do grupo à Presidência do Senado para obter esclarecimentos sobre o que o presidente Sarney tem feito em resposta às denúncias sobre a existência de atos secretos no âmbito administrativo da Casa. Na opinião da senadora, Sarney é quem deveria ir à comissão para ser ouvido.
A senadora sugeriu que o Senado se socorra do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União para acompanhar as questões internas administrativas da Casa.
Marisa Serrano também criticou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por declarações que atribuem ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público a lentidão das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em aparte, o senador Geraldo Mesquita Junior (PMDB-AC) se disse surpreendido pelos chamados atos secretos no âmbito da administração do Senado, e exigiu ter acesso a eles. Papaléo Paes (PSDB-AP) afirmou que as questões internas do Senado estão abafando, "como o governo quer", o noticiário sobre corrupção na Petrobras, que deve ser investigada em Comissão Parlamentar de Inquérito criada para este fim, que deve iniciar seus trabalhos em breve.
Valdir Raupp (PMDB-RO), por sua vez, se disse surpreendido pela edição dos atos secretos, observando, no entanto, que neste momento não se pode criticar o presidente Sarney por isso, já que ele está "fazendo todo o esforço possível e necessário para resolver os problemas". Raupp também lembrou a biografia de Sarney, que fez a transição democrática do país.
16/06/2009
Agência Senado
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