Marisa Serrano pede que Lula não vete projeto da Sudeco como vetou da Sudam e Sudene
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) antecipou-se, na quarta-feira (4) à possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar parte do projeto de recriação da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), como já o fez em relação aos projetos aprovados no Congresso que estabelecem a recriação de outras duas superintendências, Sudene (Nordeste) e Sudam (Amazônia). Marisa Serrano repetiu a expressão utilizada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), de que Lula estaria cometendo "um verdadeiro assassinato dos dois organismos de fomento nacional".
- É triste ver que esse governo insiste em se mostrar autoritário, em não respeitar o Legislativo, quando procura inviabilizar o processo de crescimento regional. É de se crer que o mesmo ocorra com a Sudeco - previu a senadora, para quem os vetos do presidente Lula "atingiram diretamente o coração dos projetos" de recriação da Sudam e Sudene.
A parlamentar pelo Mato Grosso do Sul se mostrou descrente das declarações da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em sua apresentação do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no Senado há duas semanas. Ela lembrou que a ministra disse que o PAC foi lançado tendo em vista o desenvolvimento regional do país. Observou, no entanto, que, diante do veto do presidente aos projetos relativos às outras duas superintências, a Sudeco também deve estar em perigo.
Marisa Serrano fez um breve histórico da situação do Mato Grosso do Sul após a extinção da Sudeco em 1990. Na sua avaliação, nos últimos 20 anos foi gerado um "vácuo de representação dos pleitos regionais", o que redundou na falta de um plano ordenado de crescimento para o estado e na inexistência de qualquer programa para incrementar o agronegócio que tivesse o aval da União.
A senadora recebeu o apoio dos senadores peessedebistas Flexa Ribeiro e Arthur Virgílio (AM) e do líder dos Democratas José Agripino (RN). Esse último ponderou que, se o governo quisesse de fato ver o Brasil crescer, teria de apostar em três vertentes: equilíbrio cambial e queda da taxa de juros e da carga tributária. Para Agripino, crescer com vetos à recriação da Sudam e Sudene "é conversa para boi dormir".04/04/2007
Agência Senado
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