Martus explicará corte no Orçamento do DF






Martus explicará corte no Orçamento do DF
Bancada exigirá hoje que ministro vá à Câmara para examinar opções nas áreas mais prejudicadas.

O coordenador da bancada do Distrito Federal, deputado Pedro Celso (PT), vai apresentar hoje, na abertura dos trabalhos legislativos, um requerimento de convocação do ministro do Planejamento, Martus Tavares, para explicar na Comissão Mista de Orçamento os cortes nos recursos do Orçamento Geral da União destinados ao Distrito Federal neste ano. Em reunião na Câmara, ontem, a bancada decidiu também marcar uma audiência com o ministro para tentar liberar os recursos reservados para áreas consideradas prioritárias, como saneamento básico e segurança pública.

"É uma incoerência que o presidente da República faça um pronunciamento declarando guerra à violência e, ao mesmo tempo, determine a limitação de verbas para a segurança", afirmou Pedro Celso.
As emendas apresentadas pelos parlamentares do DF somam R$ 180 milhões, mas o governo determinou um contingenciamento nos recursos orçamentários em todo o País. Para custeio e investimento em segurança no Distrito Federal, estavam previstos R$ 64,14 milhões, mas apenas R$ 37,46 milhões devem ser liberados. Outras áreas, como saneamento básico e as obras do metrô do DF, também foram atingidas. O metrô, por exemplo, não deve receber nada dos R$ 30,8 milhões previstos inicialmente. Nos recursos destinados a saneamento, o governo determinou um corte de 96% sobre os R$ 48,8 milhões destinados a obras.

O problema, de acordo com o deputado Pedro Celso, é que o decreto 41/02 dá poderes ao Executivo para decidir como e de que forma liberar o dinheiro, e não há como prever a quantia que será efetivamente destinada ao Distrito Federal. Para o deputado Alberto Fraga (PMDB), a união da bancada do DF será fundamental para fazer com que mais recursos sejam liberados. Ele lembrou que o contingenciamento orçamentário não significa, na prática, um corte de verbas, mas uma limitação, pois abre espaço para o aumento de verbas, principalmente em setores considerados prioritários.


Varig garante remédio que só existe lá fora
Quem precisa usar remédios que só são encontrados fora do Brasil pode contar com a ajuda do serviço de transporte gratuito da Varig. E pagar mais barato.
A pessoa que utiliza o Serviço Humanitário de Medicamentos do Exterior pode economizar até 30% do valor que pagaria numa importadora comum. Isto ocorre porque a Fundação Ruben Berta (FRB), responsável por esta atividade, compra os remédios diretamente dos distribuidores. Além disso, o cliente não paga frete, pois o transporte é gratuito.

De acordo com o gerente geral de administração e finanças da FRB Claudio Bortoli, este serviço era, no início, apenas uma atividade humanitária da Varig. "A empresa mandava os funcionários das bases da Europa e dos Estados Unidos comprarem remédios que não tinham similar no Brasil para pessoas que não tinham condições de adquirir os medicamentos pelas vias normais", afirma Claudio Bortoli.
O serviço, sempre sem fins lucrativos, cresceu. A Varig transporta gratuitamente os remédios encomendados e a Fundação Ruben Berta cuida da compra dos medicamentos. Esta atividade atende cerca de 8 mil pessoas por mês em todo o Brasil.

A lista desses medicamentos é elaborada pelo Serviço Médico da Fundação e exclui remédios controlados, experimentais, de uso estético e complexos vitamínicos. “A finalidade deste serviço é trazer produtos que proporcionem a sobrevivência ou a efetiva melhoria da qualidade de vida de pessoas necessitadas”, explica Claudio Bortoli.
Quem precisar comprar medicamentos do exterior deve ir ao Centro Empresarial Varig e apresentar duas receitas originais e uma cópia. Elas devem conter os nomes da paciente, do medicamento (com o princípio ativo) e do médico, junto com seu CRM e assinatura. Além disso, é preciso levar a carteira de identidade e o CPF.

O pagamento do remédio deve ser efetuado à vista no ato do pedido em dinheiro ou cheque. Podem ser pedidos até cinco frascos ou o limite de US$ 3 mil. O tempo de espera para os medicamentos dos Estados Unidos é de 10 a 15 dias úteis. Para os da Europa, o tempo é de 20 a 25.


Olívio disputa prévia com Tarso
Por falta de consenso na reunião da executiva estadual, os dois pré-candidatos do PT ao governo gaúcho inscreveram ontem seus nomes para disputar a prévia do dia 17 de março. Tanto os defensores da candidatura à reeleição do governador Olívio Dutra quanto do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, evitaram repetir, esta semana, declarações polêmicas. Eles dizem que as negociações para o consenso não serão interrompidas pela confirmação da prévia.


Garotinho diz que Roseana desistirá
O governador do Rio e candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, disse ontem, em Lisboa, que a pré-candidata do PFL, a governadora Roseana Sarney, desistirá. "Nosso candidato ao governo do Maranhão é o Ricardo Murad, cunhado dela. Ele nos informou que ela deve se candidatar ao Senado". Garotinho voltou a culpar o ministro da Saúde, José Serra – candidato do PSDB à Presidência –, pela epidemia de dengue no Rio. "Há um ano, ele demitiu 5.700 agentes de saúde", reafirmou.


Congresso retoma atividades hoje
Depois de quase dois meses de férias, o Congresso Nacional retoma hoje as suas atividades, em sessão solene marcada para o meio-dia, no plenário do Senado. Mas nada será votado. A cerimônia servirá para a leitura de mensagem do Executivo, na qual o presidente Fernando Henrique fará um balanço de seus sete anos de governo e falará das perspectivas para os pouco mais de dez meses que ainda tem pela frente. Os parlamentares começam a trabalhar para valer, mesmo, só a partir de terça-feira.


Lula defende a volta da Sudene
O pré-candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu ontem, em Natal (RN), a volta da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), extinta em 2001 pelo presidente Fernando Henrique. A extinção da Sudene, assim como a da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), ocorreu após denúncias envolvendo corrupção no órgão. "Não foram os tijolos da Sudene que roubaram, mas os homens que os governantes colocaram lá", afirmou Lula.


Artigos

A hora dos ruminantes
José Roberto Lima

Não é de hoje que o brasileiro come capim. A primeira experiência bem-sucedida de ruminar gramíneas vem do início dos anos 70.
Em 1971, o maestro e arranjador Laércio de Freitas, residindo há quase dois anos no México, resolveu compor uma bem-humorada moda de viola para matar a saudade de sua terra.
Brotou a composição Capim Gordura, que acabou se transformando em inusitado sucesso popular. Tão inusitado que o “tal de capim gordura / que é danado de ruim / praga pra crescer / eu nunca vi assim” ganhou os bares e lanchonetes e virou suco, batida, creme, torta e mais uma dezena de aplicações culinárias. E o capim gordura, sem nenhum pudor, foi parar nas mesas dos brasileiros, restando às vacas o consolo de ir pro brejo. Também não é de hoje que elas vão pra lá.

O “tal de capim gordura / que tem preá pra merréis / cada torceirão / tem pra mais de dez” deu o que falar à época, para felicidade do maestro Laércio de Freitas, que cuidava, então, dos arranjos de Clara Nunes, Jair Rodrigues, Elza Soares, Marcos Valle e Wilson Simonal para citar alguns. Na onda do capim Freitas freqüentou o programa do Chacrinha várias vezes, gravou disco e formou até conjunto para sair faturando

Mais recentemente, Almir Rogério deixou registrado o sucesso no seu disco “Seleção de Ouro”.
Agora os brasileiro s retomam o velho hábito da ruminância. Mesmo que não regurgitem como os animais de chifre, cresce novamente o interesse dos deslumbrados pelas gramíneas.
Só que, hoje, o capim ganha o sofisticado codinome clorofila. Ninguém pede mais ao barman que sirva um suco de capim, mas de clorofila.

Vejam como a estupidez humana muda de rumos com a maior facilidade. Centenas de milhares de bombados e da hora aderem a qualquer coisa sem ao menos questionar de onde veio aquilo e para que serve.
Tomam como se estivessem saboreando o mais inofensivo dos energéticos, outra enganação que a garotada assimila como se fosse o elixir da eterna juventude.

Com a ascensão do suco verde perde força um dos alimentos mais completos, saborosos e de grande importância para a sobrevivência de boa parte da população do Pará: o açaí. Tenho visto muitas lanchonetes, que tinham a polpa da fruta como principal produto, fechar as portas e mudar de rumos. Até que a moda passe a salvação pode estar na clorofila, porque essa é fonte inesgotável e está sempre à mão. Afinal, para pastar em Brasília nem é preciso ir à zona rural. A cidade tem gramado suficiente para atender ao voraz apetite dos nossos tenazes ruminantes.


Editorial

Congresso de volta

O Congresso abre hoje os seus trabalhos legislativos. O presidente Fernando Henrique Cardoso enviará aos parlamentares uma mensagem onde fará um balanço de seus sete anos de governo e uma projeção para o último ano de mandato. Segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Arthur Virgílio, a mensagem vai detalhar as prioridades do governo federal para 2002.

Entre as prioridades, destacadas pelo ministro, estão a prorrogação da CPMF, até 2003, a aprovação do projeto de lei que cria a previdência complementar para os servidores públicos e as discussões em torno do artigo 192 da Constituição Federal, que regulamenta o sistema financeiro e, ainda, do projeto que trata da lei de falência.

O ministro não falou nada sobre os projetos sobre segurança pública que aguardam debate e votação nas duas casas do Congresso. É mau sinal. O Congresso, este ano, deverá ter, no máximo, três meses de atividade, por causa das eleições, e o tempo é muito curto para tanta coisa.
Se as lideranças de todos os partidos não agirem rápido e não colocarem a segurança pública na pauta de problemas urgentes, o País corre o risco de passar mais um ano lamentando a falta de políticas eficientes contra a violência, sobretudo nas grandes cidades.


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02/15/2002


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