Mercadante defende mudanças no agronegócio



O agronegócio foi fundamental para gerar riquezas, mas precisa mudar para atender às exigências do meio ambiente. A avaliação é do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), feita em pronunciamento durante audiência pública para debater as relações entre a legislação ambiental e o agronegócio.

Mercadante afirmou ser impossível separar o desenvolvimento econômico da defesa do meio ambiente. E defendeu uma posição firme contra o desmatamento, que possa ser apresentada pelo Brasil na Conferência Mundial sobre o Clima, a ser realizada em Copenhagen, Dinamarca.

- Se sairmos desse debate com a firme decisão de acabar com o desmatamento, isso terá sido uma grande contribuição para o meio ambiente mundial e poderemos apresentar essa decisão durante a próxima Conferência de Copenhagen. Nosso encargo nos dias de hoje é maior, porque as nações desenvolvidas foram imprevidentes e desmataram demais, mas isso certamente será cobrado delas - disse.

O senador Marcello Crivella (PRB-RJ) também alertou para a necessidade de avançar na compatibilização da legislação ambiental com o agronegócio, mas reconheceu ainda haver um longo caminho a percorrer.

O senador Renato Casagrande (PSB-ES) chamou a atenção para a necessidade de uma política florestal que atenda às exigências da atual crise financeira. Ele sustentou que o que está em crise é o modelo de desenvolvimento, favorável ao esgotamento dos recursos naturais.

- Se persistirmos no caminho errado do desmatamento, será uma disputa perdida entre ambientalistas e produtores rurais, uma vez que forças antagônicas se anulam. Por outro lado, se for aplicar a legislação rígida que está sendo proposta, metade das cafeiculturas do Espírito Santo ficará inviabilizada. É fundamental preservar as culturas consolidadas que já existem no país inteiro - concluiu Renato Casagrande.

Defesa do agronegócio

O senador Osmar Dias (PDT-PR) louvou a participação dos pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) no debate sobre a relação entre a legislação ambiental e o agronegócio. Ele disse que, se não fosse o trabalho competente da empresa, a devastação ambiental teria sido muito maior no Brasil.

- Com os cientistas da Embrapa, a área de cultivo no país cresceu 30% e a produtividade aumentou 132%. Se ainda temos 67% das áreas nativas para preservar, é porque os cientistas brasileiros garantiram a produtividade do agronegócio - disse.

Osmar Dias contestou a tese de que o Brasil está destruindo o planeta. Ele disse que o país é responsável por apenas 1,28% do dióxido de carbono emitido, quando os Estados Unidos e China, juntos, emitem 40%. O senador disse que a preservação ambiental é tarefa de toda a sociedade, não apenas dos produtores rurais.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou que uma possível reformulação da legislação ambiental deve evitar a superposição de competências entre estados e a União. Ele acredita que isso vai diminuir os atritos entre ambientalistas e produtores agropecuários. O senador Jayme Campos (DEM-MT) informou que irá formalizar pedido de criação de uma comissão especial destinada a estudar a reformulação do Código Florestal.



29/04/2009

Agência Senado


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