Mercadante prevê rápida aprovação da reforma do Judiciário, que poderá ser votada até o final do mês



Após reunião da bancada governista com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para tratar da questão da reforma do Poder Judiciário, na manhã desta quarta-feira (10), o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), elogiou a atuação do relator da proposta, senador José Jorge (PFL-PE), e previu a rápida aprovação da matéria.

- O senador José Jorge redigiu um relatório negociado com o governo. Ele se comportou como relator e não como um integrante da oposição - disse Mercadante.

O relatório de José Jorge foi divulgado nesta quarta-feira, durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O presidente da comissão, Edison Lobão (PFL-MA), concedeu vista coletiva da matéria, que começará a ser votada na próxima semana. "Acredito que até o final de março a reforma já possa ter a votação concluída até no Plenário", disse Lobão antes da reunião.

Entre os principais pontos da reforma, o líder do governo destacou o controle externo do Poder Judiciário, a unificação dos concursos de juízes, "para evitar favorecimentos", a adoção da quarentena de três anos para que os juízes possam advogar no mesmo local onde trabalhavam, as súmulas vinculantes, a federalização dos crimes contra os direitos humanos e o fortalecimento da defensoria pública, medida que qualificou como de inclusão social, por permitir que os mais pobres tenham direito a advogados.

Segundo Mercadante, a bancada de apoio ao governo defende a tese de que o Conselho Nacional de Justiça possa afastar da carreira os juízes comprovadamente desonestos. Na sua opinião, a criação do conselho é uma decisão a favor do próprio Poder Judiciário.

- A bancada entende que os juízes corruptos e bandidos não podem continuar na magistratura, e não vejo possibilidade de uma reforma sem a adoção do controle externo - disse o líder governista.

Ao final da reunião, o ministro da Justiça classificou a criação do Conselho Nacional de Justiça como o "eixo transformador para a criação de um novo Poder Judiciário". Ele anunciou ainda que o governo enviará ao Congresso Nacional, até o final do primeiro semestre, os primeiros "três ou quatro" projetos infra-constitucionais de regulamentação da reforma do Judiciário. As propostas, disse o ministro, serão ainda analisadas em audiências públicas. E a aprovação das matérias, previu, poderá "agilizar bastante" os trabalhos da Justiça.



10/03/2004

Agência Senado


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