Mercadante quer debate com oposição baseado em dados



O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo no Senado, disse nesta quarta-feira (18) ser favorável ao debate com a oposição, desde que -qualificado, construtivo e profundo-. O senador enfatizou que é preciso ir à raiz dos problemas, uma vez que -contra fatos não há argumentos-. Mercadante garantiu que o PT quer o debate e que não tentará desqualificar a oposição nem vai governar olhando para trás.

Mercadante propôs o debate sobre os R$ 32 bilhões liberados para a agricultura com juros de 8% para grandes produtores e 4% para pequenos; a rolagem da dívida da agricultura familiar; o crédito de safra de R$ 5,7 bilhões para a agricultura familiar; a rolagem de dívidas de assentados em 18 anos, beneficiando 100 mil famílias; os R$ 1,5 bilhão liberados para a construção naval gerando 10 mil empregos; e a fábrica de papel e celulose feita com R$ 3,8 bilhões do BNDES.

O senador lembrou que em cinco meses e meio de governo de Luís Inácio Lula da Silva as exportações cresceram 30,5 % e houve um superávit comercial de US$ 9 bilhões, praticamente recuperando o superávit que o Brasil tinha em 94. O senador disse ainda que o governo está tomando cuidados para que a taxa de juros possa cair de maneira sustentável e consistente, preservando a estabilidade da economia, que é essencial.

Mercadante defendeu a realização de um reforma tributária que simplifique e racionalize a carga tributária brasileira e afirmou que o governo Lula só não diminui a carga tributária imediatamente porque hoje a dívida pública herdada é de R$ 650 bilhões, valores que cresceram mais de 1000% no último governo.

As afirmações de Mercadante foram feitas em referência a discurso do líder do PSDB, senador Artur Virgílio (AM), e à entrevista concedida recentemente pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com críticas aos primeiros cinco meses do governo de Luís Inácio Lula da Silva. Para Mercadante, as afirmações do ex-presidente não correspondem aos fatos, uma vez que não são corroboradas por dados e estatísticas.

Nas críticas feitas ao pronunciamento do ex-presidente, Mercadante garantiu ter-se prendido aos números. Ele lembrou que a taxa de crescimento no governo de Fernando Henrique foi a quarta pior do século 20, não passando de 13% para 19% como afirmou o ex-presidente, uma vez que era de 13% em 2002, quando Lula assumiu. Mercadante destacou ainda que o governo de Fernando Henrique praticou as maiores taxas de juros da história, que chegaram a 45% ao mês.

O líder petista rebateu as crítica de Virgílio de que as reformas propostas por Lula -são miúdas-, lembrando que Fernando Henrique não consegui realizá-las.

Em aparte, o senador Magno Malta (PL-ES) afirmou que a reforma tributária não foi feita antes porque o governo de Fernando Henrique não quis, uma vez que tinha grande maioria no Congresso. Malta pediu paciência para que o governo Lula possa atuar por mais tempo, dando condições para uma análise melhor de sua atuação.



18/06/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Mercadante diz que crescimento tira discurso da oposição

Mercadante diz que reforma tributária é do governo e da oposição

Mercadante chama oposição para o diálogo

Mercadante se queixa da indústria do "denuncismo" que grassa na oposição

Oposição questiona Mercadante sobre escândalo dos aloprados

Mercadante lê nota do PT; oposição cobra instalação da CPI da Petrobras