Mercadante ressalta aproximação entre Brasil e China



Ao discursar na abertura da Conferência Relações China/América Latina, realizada no auditório Petrônio Portela, nesta quinta-feira (26), o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), representando o presidente do Senado, José Sarney, ressaltou que o intercâmbio entre o Brasil e a China se multiplicou por seis nos últimos cinco anos.

- A partir de 2010, a China já será nosso maior parceiro comercial, posto antes ocupado pelos Estados Unidos. A China está se saindo bem da crise internacional de 2008/2009, assim como o Brasil, portanto, as relações econômicas e tecnológicas tenderão a se acelerar ainda mais, para benefício das duas Nações - disse.

O presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Jia Qinglin, defendeu uma maior aproximação de seu país com a América Latina - em especial com o Brasil - dentro do espírito de cooperação mundial que a China quer desenvolver, em todos os campos, sobretudo em segurança alimentar e defesa do meio ambiente.

- Na Conferência de Copenhague em dezembro sobre mudança climática, a China apresentará compromissos para reduzir a emissão de gases tóxicos entre 40 a 50% até 2020 em relação aos níveis de 2005 e pretendemos ainda aumentar a cobertura florestal em quatro milhões de hectares no mesmo intervalo de tempo. Sabemos que haverá muitas dificuldades, mas vamos cumprir - garantiu.

Jia Qinglin, ex-prefeito de Beijing durante as Olimpíadas de 2008, citou o êxito dos jogos como exemplo da determinação chinesa. Ele também afirmou que a China já superou as metas do milênio estipuladas pelas Nações Unidas nos setores de redução da miséria e de melhorias na educação e saúde.

- Hoje, 1,6 bilhão de chineses vivem todos numa situação modestamente confortável- disse.

O representante chinês destacou que a China e a América Latina apresentam complementaridade econômica e tecnológica. Por isso em 2008 a região foi o segundo parceiro comercial da China, com um intercâmbio da ordem de US$ 140 bilhões.

Olhando para o futuro, Jia Qinglin apontou os setores de energia, agricultura, ciência e tecnologia como os mais promissores para as relações entre a América Latina e a China. Disse que os maiores desafios serão combater o protecionismo comercial, manter política externa pacífica e procurar mais estreitamento cultural dentro do princípio da poesia chinesa: "Quem ama o longe, o faz perto", afirmou.

Ao finalizar a Conferência desta manhã de quinta-feira (26), Mercadante disse que a China impressiona pelos números e pela organização. Ele apontou a parceria nas telecomunicações, no petróleo, na aviação e na produção agrícolas como as mais promissoras para desenvolver as relações entre os dois países.

Também participaram da solenidade os senadores Roberto Cavalcanti (PRB-PB) e Inácio Arruda (PC do B-CE) e diversos representantes do corpo diplomático chinês, sediado em Brasília.



26/11/2009

Agência Senado


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