Mesquita Júnior acusa: Sem projeto para a Amazônia, governo só proíbe e pune pequenos agricultores
O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) afirmou, da tribuna, que o governo não tem projeto para os pequenos e médios agricultores da Amazônia e, por isso, limita-se a "proibir, coibir, inibir e constranger, como se estivesse tratando com marginais". Relatou que, no caso do seu estado, o Acre, há um ambiente de medo, indefinição e intranqüilidade dos pequenos agricultores.
Mesquita Júnior informou que pequenos produtores do município de Cruzeiro do Sul que trabalham no Projeto Pedro Firmino estão revoltados, pois, de uma hora para outra, o governo decidiu que eles só podem desmatar um hectare, e não mais três hectares. Para ele, a decisão do governo é ilegal e não oferece qualquer alternativa a quem procura plantar.
- Tanta indefinição de política pública para o campo gerou uma situação lastimável no Acre. Antes, auto-suficientes na produção de alimentos, os acreanos hoje importam 70 por cento do que comem - disse.
O senador considerou "curioso" que no Acre o governo "jogue tão duro" com os pequenos produtores em nome da preservação ambiental, "mas não faça a sua parte" nessa área e permita que se lancem esgotos nos rios. Mencionou que o esgoto da capital, Rio Branco, é jogado diretamente no rio Acre, "que já está morrendo".
Depois de lembrar que o Acre tem uma grande área já desmatada, sustentou que uma política de introdução de novas tecnologias pode ajudar a resolver a situação, permitindo que os pequenos e médios agricultores produzam bem nas áreas que perderam a cobertura florestal. Acrescentou que o governo do Acre "parece" ter acordado para o problema e chegou a lançar, no ano passado, um Plano Agrário, com o qual pretende reverter "a situação dramática que vive a maioria" dos produtores.
Em aparte, o senador Marco Maciel (DEM-PE) apoiou a idéia de Mesquita Júnior de que é possível, com apoio aos agricultores e tecnologia, explorar a Amazônia de forma sustentável.
11/08/2008
Agência Senado
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