Ministra Dilma Rousseff mentiu no Senado, diz Mário Couto



Ao destacar a importância do livre funcionamento das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Congresso Nacional, apontadas como instrumento fundamental para os partidos de oposição fiscalizarem o governo federal, o senador Mário Couto (PSDB-PA) acusou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de haver faltado com a verdade ao negar no Senado, na semana passada, a existência de dossiê sobre gastos com Cartões Corporativos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua esposa, Ruth Cardoso.

- A ministra, braço direito do presidente da República, candidata à Presidência da República, mentiu. Quando questionada pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), quando questionada por mim, ela não disse que tinha o dossiê. Ela mentiu. Disse que [o dossiê] não era da Casa Civil. Mentiu - disse.

Criticando o governo por usar a tática de intimidar as oposições pela ameaça de publicação de dossiês, Mário Couto reclamou de dificuldades no trabalho de investigação da CPI Mista dos Cartões Coorporativos. Segundo ele, o Poder Executivo impõe sua vontade junto ao colegiado através do oferecimento de cargos públicos em troca do voto favorável dos parlamentares.

- Estou falando isso para mostrar à sociedade brasileira como o governo Lula impõe as suas vontades ao Legislativo - não digo na sua totalidade, há exceções, mas na sua maioria - por meio da troca de favores, de cargos públicos. Não conseguem viver com independência, não conseguem defender a sociedade brasileira porque dependem de favores - afirmou.

Mario Couto defendeu ainda a necessidade de se fiscalizar adequadamente os gastos do governo federal. Em sua avaliação, um controle mais intenso das contas públicas evitaria desvios da ordem de US$ 3,5 bilhões, que poderiam ser usados como fonte de recursos, por exemplo, para a concessão de aumentos a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Mário Couto fez ainda, ao final de seu pronunciamento, um apelo ao presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, para que marque reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, com o objetivo de apressar a votação na Câmara de projeto de lei (PLC 42/07), já aprovado no Senado, que concede aos benefícios da Previdência Social reajuste idêntico ao do salário mínimo.

Em apartes, os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Mão Santa (PMDB-PI) manifestaram seu apoio ao discurso de Mário Couto.



12/05/2008

Agência Senado


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