Ministro do Esporte busca apoio de Garibaldi para mudar Lei Pelé



Acompanhado de dirigentes de clubes de futebol, o ministro do Esporte, Orlando Silva, foi recebido na manhã desta terça-feira (4) pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves, a quem pediu apoio para mudanças na Lei Pelé (Lei 9.615/98) - o conjunto de normas que disciplina as relações dos atletas com os clubes em que são formados. O ministro e os dirigentes esportivos deixaram o Senado otimistas com a simpatia de Garibaldi por essas mudanças.

- Nós conquistamos hoje um apoio importante. O presidente do Senado se manifestou favoravelmente a ajustes na Lei Pelé. É importante dizer que o próprio Edson Arantes do Nascimento, em reunião conosco, também se manifestou favorável à revisão da Lei Pelé. Nosso objetivo é proteger os clubes que formam atletas. Hoje os chamados clubes formadores são desprotegidos, o que faz com que os atletas saiam do Brasil muito cedo, e isso há de ser impedido. Porque o Brasil tem o espetáculo do futebol cada vez mais empobrecido em função da saída muito cedo dos nosso craques - disse Orlando Silva.

Ao lado do ministro, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, disse que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), também estão entendendo a necessidade de mudanças urgentes na Lei Pelé.

- Nós temos que tratar da formação do atleta profissional e também da manutenção desse atleta dentro do clube. O jogador sai sem qualquer controle do clube e o prejuízo é cada vez maior. Não há clube que agüente. Nós entendemos que tem de haver um estágio para ele ser levado. O clube tem que ter uma relação muito próxima porque ele forma o jogador. Quando o clube tem a expectativa de colocar o jogador numa equipe melhor, dentro da organização, ele é simplesmente levado para o exterior. Temos que garantir o clube formador - informou Marco Del Nero.

Timemania

Na mesma entrevista, Orlando Silva foi indagado sobre projeto do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) destinado a impedir que recursos da Timemania possam beneficiar clubes cujos dirigentes estejam condenados em processos judiciais. O ministro respondeu que mudar a lei é uma prerrogativa parlamentar e que o seu objetivo é cuidar para que a Timemania se consolide entre os brasileiros.

- Tivemos a oportunidade, no último sábado, de fazer o primeiro sorteio. Foi um grande sucesso e a Timemania já é uma realidade para o futebol brasileiro. Como todo projeto, pode ser aperfeiçoado, desenvolvido, e o senador Alvaro Dias, ou qualquer outro, tem o direito de tomar medidas para aperfeiçoar a legislação esportiva brasileira. A nova loteria beneficia clubes de futebol. É uma receita para fortalecer nossos clubes, manter nossos craques por mais tempo, valorizar o espetáculo e assim criar um circulo virtuoso no futebol brasileiro. Creio que a virtude da Timemania pode ser medida pelo entusiasmo com que os torcedores receberam essa loteria - afirmou o ministro. 



04/03/2008

Agência Senado


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