MODELO ECONÔMICO É CULPADO PELA FALÊNCIA DA UFRJ, DIZ ROBERTO SATURNINO



A falência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), anunciada nesta quarta-feira (dia 09) por seu reitor, José Henrique Vilhena, decorre do modelo econômico que "privilegia o setor financeiro, na suposição de que o pagamento de juros elevados produz o desenvolvimento", opinou o senador Roberto Saturnino (PSB-RJ). A UFRJ é a maior universidade federal do país, com 33 mil alunos, e, segundo o seu reitor, acumula um déficit de R$ 28 milhões. O senador lembrou que a eleição do atual reitor foi envolta em polêmica, uma vez que o professor Vilhena, indicado pelo governo federal, não era o preferido da comunidade acadêmica. "A falência é inusitada. O reitor foi escolhido pelo governo contra a opinião da maioria, que preferia o professor Aloísio Teixeira. Portanto, não se pode dizer que não desfrutasse de apoio político", comentou. Para Roberto Saturnino, a situação da UFRJ repete-se em todas as universidades brasileiras, que sofrem com a "enorme escassez de recursos".- A UFRJ está sem condições de manter seu funcionamento em condições minimamente aceitáveis. É preciso lutar para que essa política seja mudada. O desenvolvimento não pode prescindir da atividade universitária. Podem faltar recursos para o pagamento de juros, mas nunca para as universidades - afirmou.Roberto Saturnino informou que a bancada fluminense no Senado, formada por ele e os senadores Artur da Távola (PSDB) e Geraldo Cândido (PT), será convocada para a uma reunião com o reitor da UFRJ com o objetivo de encontrar uma solução para as dívidas da instituição.

10/06/1999

Agência Senado


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