Moreira Mendes propõe entendimento para início das obras do gasoduto Urucu-Porto Velho
Segundo o senador, os empresários do setor dos transportadores fluviais estão pressionando contra a liberação da licença ambiental para a realização das obras por terem interesse em continuar fazendo o transporte fluvial para as termelétricas do gás natural produzido em Urucu.
Ao manifestar seu repúdio ao que chamou de "lobby" dos empreiteiros, donos de estaleiros e de barcas, o senador elogiou a decisão do Ministério do Meio Ambiente de criar uma Câmara Técnica Federal de Licenciamento, que delegará poderes ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) para criar um grupo de trabalho composto por secretários do Meio Ambiente de Rondônia e do Amazonas visando buscar o entendimento.
Urucu é o maior produtor terrestre de petróleo do Brasil. Atualmente, 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia vêm sendo relançados no interior da terra por falta de destinação. "O Tesouro Nacional perde mais de R$ 2,5 milhões por dia com a não utilização do gás natural da Amazônia", estimou Moreira Mendes. Com o gasoduto, parte desse gás poderá ser transportado para Porto Velho, possibilitando, segundo o senador, a substituição do óleo diesel nas usinas termelétricas, o crescimento da indústria local, a geração de milhares de empregos e uma redução na emissão de poluentes no ar amazônico. O gasoduto também poderá fornecer gás para Humaitá (AM).
Moreira Mendes manifestou ainda sua surpresa ao ler na revista Época a divulgação de um ofício do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas no qual esse órgão estadual faz ameaças ao Ibama caso o órgão federal autorize o início da construção do gasoduto. "É inacreditável que no início do século XXI um ente da federação ainda pretenda relacionar-se com a União sob a base de ameaças, de chantagens", comentou o senador.
Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) também defendeu o entendimento para que o gasoduto possa ser construído e falou do seu estarrecimento ao saber das pressões feitas para a não liberação da licença ambiental necessária para o início da obra. "Espero que o bom senso prevaleça, que haja uma revisão desse procedimento e que o Ibama em nenhum momento abra mão do interesse regional ou nacional e nem se curve a qualquer tipo de chantagem, que a meu ver tem o interesse de algum lobby que não está muito explícito nesse debate", afirmou.
22/08/2001
Agência Senado
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