MORTE DE GETÚLIO VARGAS É LEMBRADA POR SIMON E BEZERRA



"Que pena que este país não tenha memória", afirmou hoje (dia 24) o senador Pedro Simon ao lembrar a passagem dos quarenta e um anos da morte do ex-presidente Getúlio Vargas. A data também foi lembrada pelo senador Carlos Bezerra (PMDB-MT),ao notar que o povo não esquece o mito, apesar dos jornais não fazerem alusão à data que "marcou o fim de um homem da maior envergadura política que este país já viu".

Simon disse que Getúlio chegou ao suicídio após "a mais sórdida, a mais cruel, a mais desumana e mais injusta campanha" feita contra o então presidentee encabeçada pelas Forças Armadas, Carlos Lacerda e a "banda de música da UDN". O senador destacou ainda a responsabilidade da imprensa no episódio, por não ter dado nenhuma chance de defesa a Getúlio.

O suicídio, segundo Simon, foi a maneira que Getúlio encontrou para evitar um grande derramamento de sangue. Com a traição do ministro da Guerra e de Café Filho, Tancredo Neves pediu a Getúlio que o nomeasse ministro da Guerra "para resistir e colocar na cadeia os insidiosos", mas Vargas preferiu dar fim à própria vida.

Carlos Bezerra disse que o Brasil sofre até hoje um vácuo com a morte de Vargas. Para ele, Getúlio era um estadista com visão macro dos problemas e das soluções, por isso implantou a prática do planejamento no governo. "Planejamento que hoje não existe", afirmou.

Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PP-AM) disse que Vargas evitou lutas fraticidas ao inverter o processo da luta sindical. "No mundo inteiro a luta sindical partiu do povo para o Estado. No Brasil, Getúlio Vargas atraiu a massa sindical para o PTB evitando o crescimento do Partido Comunista", analisou Cabral.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que, ao longo dos últimos quatro anos, tem ouvido o senador Pedro Simon trazer a história para o presente em forma de lições do passado que servem para os problemas atuais. Suplicy lembrou que, se a quebra do sigilo bancário para ocupantes de cargos públicos tivesse sido implantada há algumas décadas, teria diminuído muito os problemas de corrupção.

Também em aparte, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou que duas coisas ninguém poderia negar em relação a Getúlio Vargas: o seu amor á causa dos trabalhadores brasileiros e à causa nacionalista.

Dentre as obras e inovações feitas por Vargas, Pedro Simon destacou a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, do Banco do Nordeste do Brasil, da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, do DASP, dos Ministérios da Educação e do Trabalho, do CNPq, da Rádio Nacional, do salário mínimo, da CLT, do voto secreto, do voto feminino e da Justiça Eleitoral.



24/08/1995

Agência Senado


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