Morte de Luís Eduardo, o grande abalo na vida de ACM



A morte de Luís Eduardo Magalhães, o filho que Antonio Carlos Magalhães preparava para sucedê-lo na política da Bahia, foi o grande abalo na vida do senador. Luís Eduardo morreu em 21 de abril de 1998 de ataque cardíaco, aos 43 anos, em Brasília, quando costurava acordos políticos para disputar o governo baiano. ACM, à época presidente do Senado, demorou a voltar a Brasília e só aos poucos retornou à luta política.

- O Luís Eduardo era a minha luz - costumava dizer em Plenário. Vinte e um meses depois, ACM foi reeleito presidente do Senado.

Até Antonio Carlos reconhecia que seu filho atuava de forma bem diferente na política. A jornalista Maria Inês Nassif escreveu que Luís Eduardo tinha "um estilo oposto ao do coronel da Bahia. Era afável, vestia-se com esmero, tinha formação cosmopolita e transitava com muita desenvoltura junto à oposição nacional". Ao contrário, o pai era dado a rompantes, acrescentou.

Luís Eduardo tinha elevadas chances de se tornar governador da Bahia e era um nome citado pelo PFL para disputar a Presidência da República para suceder Fernando Henrique Cardoso. FHC, aliás, o tinha como amigo e interrompeu uma viagem à Espanha para participar das homenagens de despedida a Luís Eduardo.

Maria Inês Nassif afirma que foi Luiz Eduardo "quem garantiu a eleição do pai para a presidência do Senado, em 1996". Observa ainda que o filho mediava as relações do pai com o presidente Fernando Henrique.

Pai e filho viveram no Congresso momentos de glória em 1997 - Luís Eduardo presidiaCâmara dos Deputados e ACM o Senado. Em meados de 1997 os dois posaram sorridentes no Plenário do Senado, que acabara de aprovar a privatização da Cia. Vale do Rio Doce, depois de meses de embates com as oposições e com setores do PMDB. Luís Eduardo era tido como um "liberal moderno" em assuntos econômicos.

Já ACM se definia apenas como "um liberal". Osdois atuaram decisivamente para a aprovação do programa de privatização de FHC e da quebra do monopólio da Petrobras na extração de petróleo.



20/07/2007

Agência Senado


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