Motta critica decisão do Cade
Em discurso no Plenário nesta sexta-feira (6) o senador João Batista Motta (PMDB-ES) lamentou a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de proibir a venda da empresa produtora de chocolate Garoto para a multinacional Nestlé. Motta afirmou que a resolução do conselho criou um problema para o qual não há solução à vista. A Garoto tem no Espírito Santo 3 mil empregados, sendo a maioria mulheres, informou Motta.
- Agora a empresa se vê tolhida de continuar suas atividades. A Nestlé estava desenvolvendo um projeto para produzir café solúvel no norte do estado, uma região atacada pela seca. Ninguém sabe o que acontecerá agora - afirmou, lembrando que a situação traz problemas sérios de confiabilidade para o Brasil no mercado de capital estrangeiro.
O senador preocupou-se ainda com outro problema que pode repercutir na imagem do Brasil frente aos investidores estrangeiros. Motta pediu que o governo federal, o Ministério de Minas e Energia, o Ministério da Fazenda, a Casa Civil, a Agência Nacional de Energia Elétrica e a Comissão de Valores Imobiliários prestem especial atenção ao início de crise que se instala entre os sócios brasileiros e estrangeiros do grupo Companhia de Força e Luz Cataguazes Leopoldina.
O grupo Cataguazes Leopoldina é uma centenária empresa distribuidora de energia elétrica que atua na Zona da Mata Mineira. Depois de firmar acordo de US$ 500 milhões há quatro anos com a Alliant Holdings do Brasil e a Fondelec o grupo Cataguazes passou a atuar também em Sergipe, Paraíba e Juiz de Fora (MG). Agora está havendo desentendimentos entre os sócios, inclusive com publicação em jornais de acusações recíprocas, informou Motta.
O senador afirmou que há inclusive uma tentativa de insuflar a opinião pública contra os investidores estrangeiros e disse esperar que a crise seja resolvida enquanto é "perfeitamente administrável".
06/02/2004
Agência Senado
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