Camata critica decisão do Cade de suspender compra da Garoto pela Nestlé
O senador Gerson Camata (PMDB-ES) classificou como "absurda, imoral e ilegal" a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de determinar que seja desfeita a operação de compra da empresa brasileira de chocolates Garoto pela multinacional Nestlé. A indignação do parlamentar com o fato foi tamanha que ele propôs a retirada de pauta da Medida Provisória nº 136, incluída na Ordem do Dia desta quinta-feira (5), que permite ao Cade fazer contratações temporárias.
- Acho que deveríamos suspender a votação dessa MP e colocar uma emenda ao texto determinando que as decisões tomadas pelo Cade possam ser revistas pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) - afirmou. Outra crítica de Camata à proposição refere-se à falta de critérios bem definidos quanto ao processo de seleção a ser adotado e o número de empregados a serem contratados pelo órgão.
Preocupado com a ameaça dessa decisão do Cade sobre os três mil empregos da Garoto, o senador pelo Espírito Santo questionou o poder de cinco conselheiros resolverem, em sessão secreta, pelo fim de um negócio fechado, há dois anos, por US$ 250 milhões. Além de prejudicar esses investimentos, a medida deve inviabilizar a instalação pela Nestlé, no município de Colatina, de uma fábrica de café solúvel. "Essa decisão é contra o Brasil e mostra que não há regras para investimento no país", declarou.
Os senadores pefelistas Romeu Tuma (SP) e Heráclito Fortes (PI) endossaram as críticas de Camata à resolução do Cade. "No meu ponto de vista, a negociação para a compra da Garoto pela Nestlé tinha a intenção de salvar a fábrica brasileira", disse Tuma. "Quem vai pagar por esse prejuízo?", questionou Heráclito, considerando "intrigante" essa decisão só ter saído dois anos após o fechamento do negócio.
05/02/2004
Agência Senado
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