Mozarildo alerta sobre qualidade dos medicamentos genéricos



O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) fez um alerta ao governo, nesta sexta-feira (19), contra os perigos que a população brasileira estaria correndo pela utilização, em larga escala, dos medicamentos genéricos, distribuídos de forma ampla, apoiado em muita propaganda, mas sem nenhum controle de qualidade. Segundo o senador, que é médico, é extremamente oportuna a manifestação do Conselho Federal de Medicina pela necessidade de somente serem comercializados no país remédios, incluindo-se aí os genéricos, após uma garantia da sua qualidade, conferida pelo governo.

Mozarildo disse que é muito rara a fabricação de fármacos (matérias-primas utilizadas na fabricação de medicamentos) no Brasil. São processos caros, complexos, e que geralmente são feitos nos países desenvolvidos. Assim, explicou, os fármacos utilizados na fabricação dos medicamentos comercializados no Brasil são quase todos importados, e em seguida manipulados. Mas quem os manipula, segundo o senador, não tem condições de saber se o produto é realmente o que diz ser no rótulo da embalagem. Não se sabe o grau de impureza contido nem a autenticidade do produto.

A Vigilância Sanitária, segundo Mozarildo, somente deveria conceder o registro do medicamento após exame da documentação científica, envolvendo análise da toxicidade e das reações secundárias, além da qualidade apregoada no rótulo do medicamento. Após o registro, seria efetuada a inspeção na fábrica, para avaliar as instalações, os equipamentos e a qualidade técnica da produção. Além do controle da qualidade dos medicamentos produzidos, deveria ser feito ainda o controle da propaganda, para garantir que não seja incompleta, enganosa ou fraudulenta.

Mozarildo disse haver no mercado brasileiro, algo entre 24 mil e 33 mil marcas de remédios, enquanto a Alemanha tem 15 mil, a Inglaterra, 15 mil, a Espanha, 14,7 mil, a Itália, 13,2 mil, a França, 7,4 mil e a Noruega, somente 1,87 mil - países que têm índices de saúde muito superiores aos brasileiros.

- Ter uma grande quantidade de marcas de medicamentos, portanto, não implica mais saúde - concluiu.

O senador também reclamou da ausência de uma política de saúde mais abrangente no país, que atente, inclusive, para a distribuição de escolas de Medicina pelas diversas regiões A região Sudeste - frisou - tem cerca de 50 escolas de Medicina, contra apenas duas em toda a região Norte.

19/10/2001

Agência Senado


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